quinta-feira, 29 de março de 2012

A LÁGRIMA

A solidão magoa e contamina
a escuridão da noite a sua frente.
Não há mais tempo. A espera, simplesmente,
chega ao fnal, com o tempo que termina.

Amou demais. Amar foi a sua sina.
Foi entrega total e onipresente.
Doou-se e se doeu, pois, de repente,
do amor lhe falta a chama feminina

negando ao corpo abraços de acalanto,
fugindo aos beijos, quando o amor foi tanto,
legando ao sonho a dúvida abissal!

Como um vulcão que em gota expele o magma
aos meus olhos o pranto leva a lágrima
até chegar à boca, feito sal.

Ronaldo Cunha Lima é poeta, escritor e ex-governador da Paraíba

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