sexta-feira, 31 de julho de 2015

Advogada diz que encerrou carreira devido a ameaças de membros da CPI


Do G1, com informações do JN

Lava Jato: advogada diz que se sentiu ameaçada por integrantes da CPI

Comissão convocou Beatriz Catta Preta para explicar origem de honorários.
Presidente da CPI disse que convocação foi unânime e não há perseguição.

A advogada Beatriz Catta Preta afirmou em entrevista ao repórter César Tralli, na edição desta quinta-feira (30) do Jornal Nacional, que decidiu deixar os casos dos clientes que defendia na Operação Lava Jato porque se sentia ameaçada e intimidada por integrantes da CPI da Petrobras. Ela disse que, devido às supostas ameaças, fechou o escritório e decidiu abandonar a carreira.

Após a aprovação no último dia 9 do requerimento que a convocou para depor à comissão, a advogada desistiu de continuar defendendo três clientes que fizeram acordo de delação premiada no âmbito da investigação do esquema de corrupção na Petrobras. A CPI quer que ela explique a origem do dinheiro recebido a título de honorários.
Indagada sobre quais eram os autores das supostas tentativas de intimidação, Catta Preta respondeu: "Vem dos integrantes da CPI, daqueles que votaram a favor da minha convocação", declarou.
 Sem citar nomes, Catta Preta, especializada em acordos de delação premiada, disse que decidiu encerrar a carreira a fim de zelar pela segurança da família.
"Depois de tudo que está acontecendo, e por zelar pela segurança da minha família, dos meus filhos, eu decidi encerrar a minha carreira na advocacia. Eu fechei o escritório", declarou.
A advogada disse na entrevista ao JN que recebeu ameaças de maneira "velada". "Não recebi ameaças de morte, não recebi ameaças diretas, mas elas vêm de forma velada, elas vêm cifradas", disse.
Beatriz Catta Preta atuou em nove dos 18 acordos de delação premiada firmados por investigados da Operação Lava Jato com o Ministério Público. Esses nove delatores são os executivos Júlio Camargo e Augusto Mendonça (Toyo Setal); o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco; o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, a esposa dele, as duas filhas e dois genros. Embora tenha atuado nesses nove casos, se mantinha na defesa de três – Barusco, Júlio Camargo e Augusto Mendonça.
Membros da CPI contestam
O deputado Hugo Motta (PMDB-PB) afirmou por meio da assessoria que a convocação para depoimento não significa perseguição à advogada.

"O requerimento de convocação da advogada Beatriz Catta Preta foi aprovado por unanimidade no plenário da CPI da Petrobras. A vontade de investigar a origem dos honorários da advogada é suprapartidária, o que afasta de vez a acusação de perseguição", declarou em nota. Após a exibição da entrevista no Jornal Nacional, o parlamentar divulgou nova nota à imprensa, na qual classifica as declarações de Catta Preta como "equivocadas".
O autor do requerimento de convocação da advogada, deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), disse que apresentou o pedido dentro do seu direito de cidadão e de deputado e afirmou que a aprovação foi consensual.  Segundo ele, Beatriz Catta Preta não será intimidada pela CPI.
Inicialmente, em depoimento do acordo de delação premiada, ele disse que não tinha conhecimento de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras de pessoas com foro privilegiado. Depois, declarou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tinha pedido US$ 5 milhões de propina – o deputado nega.Júlio Camargo
Catta Preta afirmou na entrevista que passou a sofrer intimidação depois que o empresário Júlio Camargo, que ela defendia, mudou o teor do que tinha afirmado.

Após a revelação, Catta Preta foi convocada para depor à CPI. "Vamos dizer que [depois do depoimento de Júlio Camargo] aumentou essa pressão, aumentou essa tentativa de intimidação a mim e à minha família", declarou.
Vamos dizer que [depois do depoimento de Júlio Camargo] aumentou essa pressão, aumentou essa tentativa de intimidação a mim e à minha família"
Beatriz Catta Preta, advogada
Indagada sobre o motivo pelo qual Júlio Camargo não tinha mencionado Eduardo Cunha inicialmente, a advogada disse que foi por medo. "Receio. Ele tinha medo de chegar ao presidente da Câmara", disse. Segundo ela, o empresário mudou de ideia devido "à colaboração dele, a fidelidade, a fidedignidade da colaboração, o fato de que um colaborador não pode omitir fatos, não pode mentir".
De acordo com a advogada, Camargo apresentou provas. "Todos os depoimentos prestados sempre vieram respaldados com informações, dados, documentos, provas definitivas. Nunca houve só o dizer por dizer", declarou.
Eduardo Cunha
Nesta quinta, Eduardo Cunha não quis falar sobre o assunto. “Eu não comento sobre isso. Eu não comento isso. Então, pergunte à CPI. Sobre isso eu não falo", declarou.

O advogado do deputado, Antonio Fernando de Souza, disse que as declarações de Beatriz Catta Preta não fazem sentido, uma vez que Júlio Camargo já havia negado o envolvimento de Cunha publicamente. No entendimento do advogado, as declarações da advogada dão a impressão de "coisa montada".
Antônio Fernando voltou a negar veementemente o envolvimento do presidente da Câmara nas fraudes e disse ter certeza de que Júlio Camargo não tem nenhum documento que ligue Eduardo Cunha às irregularidades.
Honorários
Catta Preta negou ter recebido mais de R$ 20 milhões de honorários. "Esse número é absurdo. Não chega perto da metade disso", disse. Segundo ela, o dinheiro foi recebido no Brasil por meio de transferência bancária ou em cheque, com emissão de nota fiscal e recolhimento de impostos.

Nesta quarta, a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, criticou a convocação pela CPI e autorizou a advogada a não se manifestar à comissão sobre assuntos que envolvam sigilo profissional, como o recebimento de honorários advocatícios. A data do depoimento da advogada à CPI ainda não foi marcada.
"Se eu tiver que ir à CPI, infelizmente tudo o que eu vou poder dizer a eles é que eu mantenho o sigilo profissional e não vou revelar nenhum dado que esteja protegido por sigilo", declarou.
Estados Unidos
A advogada também afirmou na entrevista que não se mudou para Miami (EUA) em razão das supostas ameaças, mas viajou de férias com os filhos para os Estados Unidos, onde permaneceu por 34 dias.

"Nunca cogitei sair do país ou fugir do país como está sendo dito na imprensa", disse.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Homem sobrevive após cair do 17º andar de prédio no Chile

Vítima de 23 anos teve fraturas na pélvis e no fêmur.
Ele caiu de varanda de prédio na cidade de Rancagua.

Câmeras de segurança de um prédio em Rancagua, no Chile, registraram o momento em que um jovem de 23 anos caiu do 17º andar de um prédio, atingindo a cobertura de uma garagem e em seguida o chão. Apesar da gravidade da queda, o homem sobreviveu.
O acidente aconteceu no dia 20 de junho no Centro da cidade. Após uma queda livre de 40 metros, Sebastian Reyes caiu na cobertura da garagem do prédio, atingindo o chão depois.
Ele sofreu fraturas na pélvis e no fêmur e já teve alta do hospital, mas ainda está usando uma cadeira de rodas para se locomover.
Sebastian disse à imprensa local que não se lembra de nada. “Eu senti a queda, mas mais nada, e eu não acordei. Eu acordei no hospital”, contou.
O homem contou que estava no apartamento com amigos após um jogo da Copa América de futebol, que foi realizada no Chile, quando perdeu o equilíbrio e caiu da varanda.
“Depois de ver o jogo nós fomos para um clube e depois fomos para o apartamento”, contou.

Esteban Faundez, amigo do jovem, disse ter testemunhado a queda. “Quando ele caiu, ele nos chamou, e quando fomos ver onde ele estava, ele atingiu a cobertura da garagem”, contou.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Platini oficializa candidatura e promete uma 'Fifa do povo'



Ex-jogador francês terá a tarefa de 'limpar' a entidade


Prometendo uma nova era no futebol, volta da “dignidade” e uma “Fifa do povo”, o francês Michel Platini anunciou oficialmente na manhã desta quarta-feira sua candidatura para o cargo de presidente da Fifa. Se por anos ele colocou o posto como seu maior objetivo, a decisão de concorrer foi adiada desde pelo menos 2011 e gerou um racha entre ele e seu ex-mentor, Joseph Blatter. A eleição ocorre no dia 26 de fevereiro de 2016, em Zurique.
O ex-jogador havia sido escolhido pelo atual presidente da Fifa como a pessoa que o sucederia. Mas Platini considerou que Blatter o traiu. Em 2011, apesar de ter prometido que não concorreria a um quarto mandato, o suíço voltou a se apresentar às eleições. A ruptura foi inevitável. Em 2015, uma vez mais Blatter rompeu sua própria promessa e voltou a se candidatar. 
Platini confirmou que será candidato à presidente da Fifa
Platini confirmou que será candidato à presidente da Fifa

Platini considerava que, enquanto Blatter estivesse no páreo e usando toda a máquina financeira da Fifa para "comprar" votos, ele jamais conseguiria um apoio suficiente. Agora, sem Blatter na corrida e com a Conmebol enfraquecida, o francês considerou que chegou sua vez.
Em sua promessa de campanha enviada numa carta às 209 federações do mundo, o dirigente de 60 anos indica que quer “renovar” o futebol e que vai “trabalhar sem parar pelo interesse do futebol”. “Quero trazer de volta a dignidade para a Fifa e recolocá-la onde ela merece”, indicou o francês. “Estou num momento decisivo da minha vida e em eventos que estão moldando o futuro da Fifa.” Platini é presidente da Uefa. Ele ainda criticou o fato de que, por quase meio século, a Fifa teve apenas dois presidentes: João Havelange e Joseph Blatter.
“Durante quase meio século, a Fifa teve apenas dois presidentes”, escreveu. “Essa extrema estabilidade é um paradoxo num mundo que experimentou revoltas radicais e em um esporte que passou por mudanças econômicas consideráveis”, disse. “Mas eventos recentes forçaram o organismo supremo do futebol mundial a virar uma página e repensar sua governança”.
REVISÃO
Platini deixou claro que pesou seu passado como esportista na decisão anunciada nesta quarta-feira. “Essa foi uma decisão muito pessoal e cuidadosamente considerada”, declarou o francês, que indicou que fez um exame de seu passado em campo e o que o novo cargo poderia significar para sua história. O ex-jogador afirmou ainda que foi apoiado por muitos dirigentes pelo mundo, num esforço de mostrar que não será o candidato apenas da Europa. Ele ainda insistiu que, agora, quer unir o mundo do futebol e oferecer a todas as associações nacionais uma causa comum: “ouvir a todos e respeitar a diversidade do jogo pelo mundo”. Ele ainda promete “humildade” e a percepção de que “não pode agir sozinho”. 
Platini, na carta a todas as associações nacionais, indicou que vem defendendo novas ideias para “dar de volta à Fifa a dignidade e a posição que merece”. Mas, por enquanto, não explicou o que pretende fazer para reconquistar a credibilidade mundial. Ele foi contra a introdução da tecnologia no futebol, não aprovou leis para estabelecer limites de mandatos na Uefa e não publicou seu salário. Além disso, ocupa por mais de dez anos a vice-presidência da Fifa, onde presenciou todos os escândalos sem agir.
Agora, promete mudanças e levar aos torcedores “a Fifa que todos queremos: uma Fifa que é exemplar, unida e que mostra solidariedade, uma Fifa que é respeitada, amada e que é do povo”.



terça-feira, 28 de julho de 2015

Rotores travados

O ESTADO DE S.PAULO

Os helicópteros parecem estar por cima da carne seca. Em 20 de julho, a Lockheed Martin, maior fabricante de equipamentos de defesa dos Estados Unidos, aceitou pagar US$ 9 bilhões ao conglomerado United Technologies (UTC) por sua unidade de helicópteros Sikorsky. É o maior negócio do setor de defesa em duas décadas, mas talvez não tenha sido o mais recomendado. Para a UTC, desfazer-se da Sikorsky é uma decisão prudente; para a Lockheed, adquiri-la é uma jogada arriscada.
Cinco grandes empresas dominam os mercados civil e militar de helicópteros: Sikorsky, Airbus, AugustaWestland, Bell e Boeing. Todas elas operam em ar rarefeito, pois é improvável que a demanda por helicópteros se mantenha no patamar elevado registrado ao longo dos últimos dez anos, quando o segmento viveu um boom de vendas.
No setor de petróleo e gás, destino de mais da metade de todos os helicópteros produzidos com fins civis, já se observa um desaquecimento na demanda. Os helicópteros costumam ser usados para transportar equipamentos e funcionários para as plataformas de petróleo. O heliporto de Aberdeen, que atende o Mar do Norte, é o mais movimentado do mundo. O prolongado ciclo de preços em alta estimulou as petrolíferas a explorar novas reservas em mar alto. A baixa que teve início em meados do ano passado fez com que elas cortassem custos e desistissem de alguns projetos dispendiosos, assim como dos helicópteros que seriam utilizados em sua realização. A Sikorsky revisou sua projeção de faturamento com aeronaves civis em 2015: a empresa, que antes contava com um crescimento entre 5% e 7% nas vendas, agora espera uma retração de até 20% em relação às vendas de 2014.
Vendas civis. Nos países ricos, continuará sendo necessário substituir os helicópteros usados para transportar pessoas, atender emergências médicas e realizar operações de busca e resgate - serviços que também vêm se tornando cada vez mais comuns na Ásia e no Oriente Médio. Na última década, os fabricantes de helicópteros efetuaram, em média, entregas anuais de 550 unidades civis, segundo Alix Leboulanger, da consultoria Frost & Sullivan. Ao longo dos próximos dez anos, o número de entregas deve chegar a cerca de 900 unidades anuais. A questão, diz Leboulanger, é que esses serviços são realizados por helicópteros de menor porte, cujo preço varia entre US$ 2 milhões e US$ 3 milhões, ao passo que as plataformas de petróleo são atendidas por helicópteros maiores, com preços entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões. A receita com vendas civis dobrou entre 2005 e 2015, chegando a US$ 6 bilhões anuais, mas deve recuar para uma média anual de US$ 5 bilhões na próxima década.
E o que dizer das unidades fabricadas com fins militares? As vendas desse tipo de helicóptero não chegaram a passar por turbulências por conta da crise financeira, pois as forças armadas dos Estados Unidos, de longe as maiores compradoras de helicópteros do mundo, precisaram desse tipo de aeronave para conduzir operações no Iraque e no Afeganistão. Os helicópteros militares são abastecidos com inúmeros equipamentos e passam por atualizações frequentes. A Airbus calcula que essas unidades responderão por menos de metade de suas vendas de helicópteros, mas serão responsáveis por 75% das receitas que a empresa terá com esse tipo de aeronave ao longo da próxima década.

Divulgação

Ocorre que, nos últimos anos, os orçamentos de defesa em todo o mundo têm se mantido estáveis ou apresentam declínio. Programas de aquisição de helicópteros foram eliminados ou adiados. Segundo a Mordor Research, outra consultoria, as vendas militares devem crescer ao ritmo bastante modesto de 2,5% anuais, alcançando US$ 23 bilhões em 2020.
A Sikorsky já fornece dois terços dos helicópteros empregados pelas tropas americanas, e esse é seu maior atrativo para a Lockheed, que tem muitos negócios com o setor de defesa de vários países e talvez imagine que a presença da Sikorsky em sua carteira a ajudará a abocanhar mais contratos nos Estados Unidos. As exportações podem aumentar à medida que as forças armadas de países em desenvolvimento queiram se modernizar. Mas será preciso enfrentar tanto suas concorrentes nos países ricos, como os russos e os indianos, que fabricam aeronaves menos avançadas em termos tecnológicos, mas de preço mais em conta.
A Lockheed, que também produz aeronaves não tripuladas, talvez conseguisse administrar melhor a desordem que os drones certamente provocarão, se começasse a oferecer aeronaves com e sem assento para piloto. Helicópteros menores, usados na apuração de notícias, em atividades de mapeamento e na agricultura, já vêm sendo substituídos por drones, cujo custo é muito menor. Antes executadas por helicópteros, agora são comuns as operações de reconhecimento e missões de reabastecimento com aeronaves não tripuladas. A boa notícia para as fabricantes de helicópteros é que o transporte de passageiros com aeronaves não tripuladas ainda é um futuro distante. Nem por isso é hora de relaxar.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

SOU O PAI DA MINHA MÃE

 Marcelino Ribeiro

Na vida não se pode prever nada,
Hoje, amanhã, poderá ser uma jornada,
De enigmas indecifráveis, afinal.
Embora me encontre
Distante, materialmente,
Aos 85 anos, a minha mãe,
No meu mundo é presente,
Como uma espécie de guia espiritual.
É bom zelar por quem tanto se doou a mim,
Porque a natureza enigmática, compõe,
Deu-me a inversão das coisas e propõe,
No frescor da minha existência material,
O prazer indelével de cuidar bem da minha mãe.
E, quando saio de Manaus e vou a sua casa,
Todo o meu EU se enche de alegria plena,
É como se acertasse no bolão da mega-sena.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Presidente da Odebrecht é alvo de investigação de inquérito suíço


Marcelo Odebrecht, presidente da construtora Norberto Odebrecht, está entre os investigados de inquérito do Ministério Público da Suíça que apura suspeita de pagamento de propina por parte da empreiteira para executivos da Petrobrás em contas secretas no país europeu. A Procuradoria em Berna demorou um ano para abrir o procedimento pela complexidade do crime supostamente organizado com uso de empresas em paraísos fiscais de difícil identificação.
O MP suíço espera contar com a colaboração brasileira para investigar contas que possam ter sido controladas pelo empresário, detido há quase um mês em Curitiba.
Em Brasília, os procuradores evitam comentar sobre a cooperação, apontando para o caráter sigiloso exigido por Berna. O pedido é para que haja uma "coleta de evidências documentais" e que suspeitos que estejam no Brasil sejam "interrogados". Um deles seria Marcelo Odebrecht.
A suspeita é de que o presidente da empresa está sob o comando de cada uma das comissões supostamente pagas a ex-diretores da estatal.
Os indícios de pagamento de propina verificados pelas autoridades suíças estão relacionados com os relatórios da Polícia Federal baseados em mensagens de celulares apreendidos de Marcelo Odebrecht.
Há várias referências à Suíça. Numa delas, as siglas "PRC/Suíça" foram interpretadas pelos agentes federais como uma referência a Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás que confirmou, em delação premiada, ter recebido dinheiro da Odebrecht.
O delator detalhou que o executivo Rogério Santos de Araújo, diretor da Odebrecht Plantas Industriais e Participações, foi quem sugeriu a ele que "abrisse conta no exterior" para receber propinas da empresa no montante de US$ 23 milhões entre 2008 e 2009.
Defesa.
Em nota, a empreiteira informou que "compreende a abertura do processo na Suíça para obtenção de maiores esclarecimentos, tendo em vista a grande repercussão do tema no Brasil, decorrente do vazamento de informações com interpretações distorcidas e descontextualizadas". A empresa afirma que "tem todo interesse em esclarecer o assunto, e reitera sua intenção de cooperar com as autoridades brasileiras e estrangeiras".

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Se não responde sequer pelas contas do seu governo, pelo que responde o presidente da República?

Ricardo Noblat

A estar certo Luís Inácio Adams, o advogado-geral da União, o presidente da República não responde por nada – salvo pelas coisas boas, naturalmente.
Ao entregar, ontem, as explicações pedidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas do governo de 2014, Adams disse com a cara mais limpa do mundo:
- Aprovando ou rejeitando [as contas] não tem base a ideia de um impeachment. Você não cassa um mandado baseado nas contas do governo. A questão que está sendo avaliada aqui não é a conduta individual de cada agente e, particularmente, da presidente. São as contas governamentais. Não cabe responsabilizar Dilma.
Dito de outra maneira: mesmo que a prestação de contas do governo contenha graves irregularidades e acabe rejeitada pelo TCU e, mais adiante, pelo Congresso, ninguém individualmente pode ser responsabilizado por isso.
Credite-se a culpa, se for o caso, ao “governo”, essa entidade sem rosto.
Por meio de manobras fiscais, o governo usou bancos públicos, como a Caixa, para pagar benefícios sociais de programas do tipo Bolsa Família e seguro-desemprego.
Procedeu assim quando faltavam recursos no Tesouro Nacional.
O governo alega que “as pedaladas” não representam operações de crédito, mas sim um tipo de prestação de serviços.
O TCU não engole essa – e nem ninguém com o mínimo de conhecimento sobre o que de fato se passou.
Foi, sim uma operação de crédito. E a Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe que bancos públicos financiem o governo federal.
O governo abusa do cinismo quando argumenta que os governos de Fernando Henrique Cardoso fizeram a mesma coisa, bem como os governos de 17 Estados.
Quer dizer: se os outros fizeram e não foram punidos por que logo eu serei?
Reconhece essa desculpa? Os governos do PT usaram e abusaram dela.
O Brasil sempre foi tolerante com a corrupção. O fato de estar deixando de ser absolve, por exemplo, todos os que foram pegos pela Operação Lava Jato roubando a Petrobras?
A propósito: se a presidente da República não responde pelas contas do seu governo como quer o Advogado-Geral da União, responderá pelo quê?
O esquema do mensalão foi comandado de dentro do Palácio do Planalto no primeiro governo Lula – mas Lula escapou porque disse que não sabia.
Dilma manda diretamente na Petrobras desde o momento em que assumiu o cargo de Ministra das Minas e Energia no primeiro governo Lula – mas ela nada teve a ver com o que ocorreu por lá. É o que diz.
Bom emprego, esse, de presidente. 
Dilma inocente (Foto: André Dusek / AE / geradormemes.com)(Foto: André Dusek / AE / geradormemes.com)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Pobreza prejudica o desenvolvimento do cérebro na infância

Estudo mostra que dificuldades econômicas têm relação com menos massa cinzenta


Javier Salas, EL País


A pobreza atrapalha o desempenho escolar. Essa laje que prejudica as crianças que crescem em famílias com problemas financeiros é bem conhecida. Enquanto se trata de responder aos múltiplos fatores que provocam o problema, está começando a se consolidar uma nova variável que ajuda a explicá-lo: o desenvolvimento cerebral das crianças em situação de pobreza.

Um novo estudo nessa direção afirma que a massa cinzenta se desenvolve de maneira insuficiente durante uma infância cheia de carências.

O trabalho mostra que as estruturas cerebrais destinadas a processos críticos da aprendizagem são vulneráveis às circunstâncias ambientais da pobreza, tais como o estresse, a baixa estimulação e a alimentação. “O desenvolvimento dessas regiões do cérebro parece sensível ao ambiente e à criação dos pequenos”, concluem os autores do estudo publicado na revista JAMA Pedriatics.
O desempenho escolar das crianças com menos recursos é insuficiente (Foto: Garcia Santos)
O desempenho escolar das crianças com
 menos recursos é insuficiente (Foto: Garcia Santos)

terça-feira, 21 de julho de 2015

Triste fim de Lula, o garoto levado das empreiteiras

Ricardo Noblat

Na eleição presidencial do ano passado, a campanha da presidente Dilma Rousseff e o PT bateram duro, muito duro na candidata Marina Silva (PSB) porque uma de suas amigas e conselheiras, Neca Setúbal, era um dos herdeiros do Banco Itaú. E daí? Pois é...
Em alguns sites chapa branca, Neca foi apresentada como “a bilionária que comanda a campanha de Marina”. Em outros como “a fada madrinha de Marina”. O que se pretendeu foi atingir a imagem de Marina de candidata de origem pobre e independente.
Pouco importava que Neca, especialista em Educação, tivesse assessorado Fernando Haddad quando ele se candidatou e se elegeu pelo PT prefeito de São Paulo. Naquela ocasião, o PT fez que não viu a condição econômica de Neca. Como se a condição a condenasse.
O PT, a começar por sua filiada mais ilustre, Dilma, subiu nos tamancos revoltado com a ligação que se faz de Lula com a construtora Odebrecht. Ontem, por sinal, o presidente da Odebrecht acabou indiciado por vários crimes – um deles o de corrupção.
Nos dois governos de Lula, a Odebrecht foi a construtora que mais tomou dinheiro público emprestado pelo BNDES. Foi também, com a ajuda de Lula, a que mais conseguiu bons negócios em outros países. A princípio, nada demais.
O que parece excessivo: ao deixar a presidência, Lula tornou-se palestrante preferencial da Odebrecht e lobista dela aqui dentro e lá fora, coisa que ele teima em negar. E isso é muito diferente do que fazem ex-presidentes americanos e ex-primeiros-ministros ingleses.
Porque Lula não é um ex-presidente qualquer. Depois de Dilma, ninguém é mais influente no governo dela do que Lula. Qualquer sugestão que ele faça tem tudo para ser aceita. E em outros países se sabe disso. Daí o tapete vermelho que lhe estendem.
Ex-presidentes americanos não podem concorrer a nenhum cargo público. Ex-presidente brasileiro pode. E Lula não esconde a ambição de suceder Dilma. De resto, é pouco crível que construtoras envolvidas aqui em corrupção se comportem muito bem lá fora.
A associação com gente mal comportada não recomenda Lula, não é mesmo? Imaginem se o Itaú tivesse reformado a casa de Marina no Acre sem lhe cobrar um tostão... A OAS reformou um tríplex de Lula e um sítio dele sem nada lhe cobrar. Pura bondade!
Marina está em paz no canto dela. Neca, também. Lula está sendo investigado por tráfico de influência. A condução da economia no segundo e malfadado governo Dilma segue nas mãos de um banqueiro, Joaquim Levy.
Cartão vermelho Lula (Foto: Arte: Antonio Lucena)
(Arte: Antonio Lucena)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Fim de semana violento em Manaus: 30 mortes e 89 exames de corpo de delito



89 casos de exames de corpo de delito e 30 mortes. Esses são dados da violência no fim de semana em Manaus, palco de sangrenta batalha campal, onde nada menos que 30 pessoas foram mortas, vítimas de acidente de trânsito, tráfico de drogas, envolvendo acerto de conta. Só na sexta-feira, num espaço de 12 horas foram executados 21 pessoas. Segundo o secretário de segurança pública do Amazonas, Sérgio Fontes, isso que a sociedade chama de chacina, deve-se apenas a morte do sargento Afonso Camacho, vítima de assalto no bairro de Educandos, zona Sul, o que desencadeou esse avalanche de assassinato, mas que a polícia está em diligência para apurar o caso. 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Partiu Balada promove roda de samba neste fim de semana

Feijoada, roda de samba e uma maratona de quase 10 horas de festa. Assim vai ser o próximo evento do Partiu Balada, neste domingo (19), a partir das 12h, na House 22. A festa reunirá as melhores bandas de pagode com artistas locais. O ingresso antecipado custa apenas R$ 25 e dá direito a um copo personalizado do aplicativo.

Jorjão Pampolha, músico do Ases do Pagode, é um dos convidados da feijoada

Os grupos Nosso Caso formará a roda de samba juntamente com os músicos Uendel Pinheiro, Yuri Santos (Cacildis), Prata Filho (D’Samba), Marlen e Afonso (Raro Desejo) e Jorjão Pampolha (Ases do Pagode). Na sequência, Intui&samba e Samba.com irão abrilhantar ainda mais a festa. No repertório, o melhor do samba e pagode.


Durante a apresentação das bandas, serão transmitidos os jogos do Campeonato Brasileiro. A casa oferece um ambiente totalmente climatizado e está localizada na Rua Acre, 22, Vieralves. Os ingressos estão à venda na Mercearia Torres no Parque 10, Mercadinho Popular no Vieralves ou pelos telefones 8103-1000 e 99103-9230.

Começou a corrida pela sucessão

HéLIO GUROVITZ

Eduardo Cunha

No mesmo dia em que o Ministério Público Federal do Distrito Federal abriu um procedimento para investigar as relações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a empreiteira Odebrecht, dois novos depoimentos da Operação Lava Jato atingiram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (na foto). Primeiro, o delator Júlio Camargo afirmou ter entregado US$ 5 milhões em propinas a ele –  Cunha negou e chamou Camargo de “mentiroso”. Depois, o doleiro Alberto Yousseff se disse ameaçado por um “pau mandado” de Cunha.


Desde ontem, o PMDB se declara, em diferentes graus, rompido com o governo Dilma Rousseff. Cunha tem falado nos bastidores em abrir sua “caixa de maldades”, acusa o governo de conluio com a Procuradoria-Geral da República para atingi-lo e promete transformar a vida de Dilma num inferno ainda maior no Congresso Nacional no segundo semestre. Alguém ainda acreditava que Cunha fosse um aliado do governo?



Tudo isso tem um significado político claro: seis meses depois da posse, está aberta, dentro do próprio governo, a corrida pela sucessão da presidente Dilma, cuja popularidade naufraga em índices inferiores a 10%. A forma como isso se dará ainda não está clara. Em todos os cenários, um fator será crítico: até quando DIlma ficará no poder? Se resistir até o fim do mandato, a viabilidade de qualquer candidatura governista será prejudicada pela situação econômica calamitosa. A mera possibilidade – ainda que pouco provável – de impedimento ou renúncia contribuirá para enfraquecer Dilma ainda mais. Tendo isso em mente, podemos analisar os interesses dos possíveis candidatos do PT, PMDB e PSDB.



Do lado petista, o candidato óbvio à sucessão é o ex-presidente Lula. Para chegar lá, ele precisa sobreviver às denúncias e evitar que as investigações do petrolão cheguem a seu nome. Mas isso não basta. A questão para Lula é mais complexa. Vale a pena para ele concorrer como sucessor de Dilma? Ou seria melhor concorrer contra um governo comandado pelo PMDB de Michel Temer e Eduardo Cunha e aparecer como redentor do projeto petista original? Uma análise fria mostra que a presença de Dilma no poder é um empecilho para o sucesso da candidatura Lula. Nas últimas pesquisas que simulam intenções de voto, Lula tem perdido para o tucano Aécio Neves, em boa parte porque Dilma, ele e o PT estão, em suas próprias palavras, “no volume morto”. Não seria uma surpresa se Lula – apesar de todo o esforço para atacar os desdobramentos da Lava Jato – pouco fizesse para segurar Dilma no cargo, caso suas contas sejam condenadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no julgamento previsto para agosto.



Do lado da oposição tucana, os candidatos óbvios são o senador Aécio Neves e o governador paulista, Geraldo Alckmin. Ambos se saem relativamente bem nas pesquisas. Para os dois, a permanência de Dilma no poder facilitaria o jogo. Paradoxalmente, é do interesse da oposição tucana resistir às tentativas de impeachment, pois uma disputa com um sucessor peemedebista ou com um Lula livre do espectro dilmista traria um grau de incerteza. Dilma fraca, para Aécio e para Alckmin, é melhor que Dilma fora.



A maior novidade é a oposição peemedebista (já está na hora de chamá-la pelo nome). O vice Temer, uma voz de sensatez que em geral tenta desarmar todo tipo de tensão política, certamente não se oporia a cumprir o final do mandato de Dilma, caso a situação chegue a esse ponto – ainda mais se pudesse passar o bastão a alguém de seu partido no final. Mas seria uma mudança arriscada para o PMDB, acostumado em mais de 20 anos ao papel de segundo partido em qualquer coalizão governista. Eterna garantia da governabilidade, avesso a rupturas, o partido se veria dependente de uma saída traumática para assumir o poder. A maior dúvida, nesse cenário, é qual PMDB seria beneficiado? O PMDB de Temer, Renan Calheiros e dos caciques regionais interessados em manter seus feudos? O PMDB de Cunha e sua agenda neoconservadora anti-petista? Ou uma terceira via, talvez o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, cuja popularidade poderia despontar no cenário nacional no esteio da Olimpíada de 2016? Quem seria o candidato a presidente num partido que é uma federação de interesses difusos?



Dúvidas, dúvidas, dúvidas… De certo, agora, apenas a ruptura na aliança governista – e uma improvável, e talvez temporária, confluência nos interesses de Lula e Cunha no que diz respeito ao governo da presidente Dilma.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Carro desgovernado causa acidente em São Raimundo

O cozinheiro Gedeão Souza deixou o carro, fiat UNO, placa JWS 1660, estacionado ontem a noite, numa curva da rua 5 de Setembro, bairro de São Raimundo, zona Oeste de Manaus, por apresentar problema mecânico, e quando retornou hoje a tarde para levá-lo à oficina encontrou o mesmo batido e jogado num despenhadeiro, que por pouco não causou desastre de maior gravidade. Segundo Gedeão, o causador do acidente foi um ônibus da linha 110, que bateu na lateral do UNO, e fugiu em seguida, sem arcar com prejuízo material causado pelo acidente.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Com medo da polícia, políticos culpam Dilma pelo sufoco que passam

Ricardo Noblat

Tamanho foi o medo que se abateu sobre boa parte dos políticos acordados em Brasília com a notícia de que a Polícia Federal madrugara à porta de casas e apartamentos de notáveis da República, que vários deles, por precaução, pegaram os primeiros voos com destino aos seus Estados.
Pelo menos um ex-senador, cujas digitais foram identificadas em dinheiro sujo da Operação Lava Jato, achou melhor decolar para um lugar mais distante – Miami, aonde pretende permanecer durante as próximas semanas à espera que a temperatura política esfrie por aqui. Se não der para esfriar, que baixe pelo menos.
Mesmo os que se julgam inocente e dizem nada temer ficaram assustados. “Eu sei o que fiz ou deixei de fazer, mas desconheço o que outros possam ter feito por mim”, justificou-se um deputado federal nordestino solidário com os colegas constrangidos com a ação dos agentes federais. E também ele muito nervoso.
Quem depende de doações de dinheiro para se eleger está com medo. Isso quer dizer: todo mundo. Da presidente da República para baixo. E nessas horas afloram os sentimentos mais primitivos. Um deles: o do corporativismo. Ontem, no grande palco do poder que é Brasília, os poderosos confundiam imunidade com impunidade.
Quem tem mandato não responde na Justiça pelo que disser no exercício dele. Quem tem direito a fórum privilegiado não pode ser alvo da Justiça comum. Mas nenhum dos incomodados pela Polícia Federal o foi pelo que disse ou deixou de dizer. E foi o Supremo Tribunal Federal que autorizou a polícia a fazer o que fez.
A queixa que está na boca de nove entre 10 cabeças coroadas da República passa pela ação – ou inação – de Dilma. Ela é culpada pelo que acontece porque já não comanda o governo nem o Estado. Ou Dilma é culpada porque nada faz para impedir que a polícia e o Ministério Público tirem a paz dos seus aliados.
Em resumo: espera-se de Dilma o que ela não tem mais forças para oferecer. Ou o que ela simplesmente não quer oferecer. 
Dilma, vitória de Pirro (Foto: Arte Antonio Lucena )
(Arte: Antonio Lucena )