O pedido de delação premiada da empresa Odebrecht está em fase final, e o acordo pode ser assinado com o Ministério Público Federal em até três semanas, depois de pelo menos quatro meses de negociação, segundo apuraram Cristiana Lôbo e Mariana Oliveira, da TV Globo. 

Cerca de 50 executivos citaram nomes de políticos de vários partidos, incluindo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer, ministros do atual governo, além de dez governadores e ex-governadores e cerca de 200 parlamentares. Mas somente depois que a delação for homologada pelo Supremo Tribunal Federal é que a Procuradoria Geral da República decidirá quem será alvo de investigação.

A delação da Odebrecht tem potencial para provocar enorme impacto no mundo político, uma vez que atinge praticamente todos os partidos.

Quando já completava um ano de prisão do ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht em Curitiba, a Odebrecht passou a negociar um acordo de colaboração coletivo, incluindo não só os atuais dirigentes, mas também ex-funcionários da empresa. 

Por essa negociação, Marcelo Odebrecht permaneceria quatro anos preso em regime fechado e dinheiro seria devolvido aos cofres públicos, em valores ainda não definidos.

Até aqui, os representantes da Odebrecht que aderiram à delação premiada forneceram apenas informações preliminares. A partir da assinatura do acordo é que prestarão depoimentos oficiais, formalizando assim a deleção premiada em troca de benefícios como penas de prisão reduzidas. 

Só depois de assinado com o Ministério Público Federal é que o acordo é encaminhado ao ministro Teori Zawaski, relator no Supremo Tribunal Federal dos processos relativos à Operação Lava Jato.

Se seguir como em casos anteriores, a delação premiada da Odebrecht ficará em segredo até a abertura dos inquéritos referentes aos fatos delatados. Mas, diante do impacto e dos vazamentos já acontecidos até aqui, isso pode mudar.