quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Desembargador acata pedido e processo de Adail será julgado na comarca de Coari

O desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) Rafael Romano informou, ontem, que acatou o pedido dos advogados de defesa do prefeito afastado de Coari, Adail Pinheiro (PRP), para que a ação penal na qual Adail é acusado de favorecimento à prostituição seja julgada na comarca do município. 

“Chegou (o pedido), hoje, (ontem) e já despachei para o primeiro grau”, disse Romano.
Adail Pinheiro estava sendo julgado pelo TJAM por ter foro privilegiado.

 Mas, em dezembro de 2014, ele foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para ser válido, juridicamente, o acórdão com a cassação precisa ser publicado no Diário Eletrônico de Justiça (DeJ) pelo TSE. Segundo a assessoria de comunicação do TSE, a publicação deve ocorrer até a próxima semana. 

De acordo com o desembargador, “agora é uma questão de tempo para publicação” da decisão. Com a decisão de Romano, a ação penal, que tramitava desde junho de 2014 e estava em fase final para ir à julgamento no TJAM, será analisada na comarca de Coari desde a fase inicial.

Na ação, iniciada a partir de uma denúncia do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), Adail é acusado de comandar uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes em Coari, além de favorecimento à prostituição. 

Também são réus na ação os ex-secretários municipais de Coari Anselmo Nascimento, Elias Nascimento, Alzenir Maia, Francisco Erimar Torres de Oliveira e Eduardo Jorge de Oliveira Alves.

Por conta das denúncias, Adail está preso, em Manaus, no Comando de Policiamento Especializado (CPE) da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), desde fevereiro de 2014. Em março do ano passado, ele foi afastado da administração do município.

Os advogados de defesa de Adail Pinheiro alegam que as denúncias foram ‘plantadas’ por adversários políticos e são inverídicas.

Em 2014, Adail Pinheiro foi condenado pelo TJAM, em uma outra ação penal, a 11 anos de reclusão pelos mesmos crimes. 


De acordo com o sistema de acompanhamento processual do tribunal, o prefeito afastado ainda responde, entre outros, a dois inquéritos policiais por favorecimento à prostituição, sob relatoria do desembargador Mauro Bessa. Os inquéritos estão, desde o dia 2 de fevereiro, em fase de diligências.

Mulher de Eike Batista usa redes sociais para ironizar conduta do juiz

A atual esposa de Eike Batista, Flávia Sampaio, usou ironia nas redes sociais para falar sobre a conduta do juiz Flávio Roberto de Souza, que foi pego nesta terça-feira dirigindo a Porsche apreendida do empresário. Com as hashtags #juizpreocupado #zeloso #quantoamor, Flávia falou sobre o caso.
Flávia publicou seis fotos ontem no Instagram. Algumas foram divulgadas também no Twitter. Em uma das publicações, a mulher colocou a foto de um dos carros apreendidos pela Justiça e agradeceu o juiz pelo "apreço" que o magistrado está tendo com os bens da família.
Após a divulgação da foto em que aparece dirigindo o veículo de Eike, o juiz disse que fez isso porque não havia vagas no pátio da Justiça.
Eike Batista, no entanto, continua calado nas redes sociais. Desde 4 de outubro, o empresário não posta nada em seu Twitter, que conta com 1,33 milhão de seguidores. Na última postagem, Eike veio a público negar uma informação de que teria contratado seu  especialista em tratamento capilar para presidir a holding EBX, que controla as empresas do grupo. Na ocasião, Eike foi irônico falando também Que não estava cogitando para o cargo sua massagista nem seu dermatologista. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

AM vive epidemia de Aids e concentra 30% dos casos da Região Norte, diz MS

O Ministério da Saúde (MS) informou, nesta terça-feira, que o Amazonas vive uma epidemia de aids. O Estado concentra 30,7% dos casos acumulados na Região Norte e 1,6% dos identificados no Brasil. O alerta foi feito durante divulgação dos dados regionais da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP). 
Segundo a PCAP, na região Norte 87% das pessoas sabem da importância do uso do preservativo, mesmo assim, 50% da população sexualmente ativa não fez uso da camisinha em todas as relações sexuais com parceiros casuais, no último ano. A meta do MS com a divulgação do PCAP, é evitar a propagação do vírus HIV durante o Carnaval 2015.
Conforme o balanço do MS, no ano de 2002, o Amazonas era o 12º no ranking nacional passando para 2º no ano de 2012. Neste último ano, a taxa de detecção do Estado foi de 29,2 casos por 100 mil habitantes, sendo 44,7% maior que a taxa do País. Entre 1983 a junho de 2014, o Estado registrou 13.213 casos de aids, 1.176 apenas no ano passado, de acordo com o MS.
Estes indicadores motivaram o Ministério da Saúde, em meados de 2014, a instalar uma Cooperação Interfederativa (Força Tarefa), especificamente para enfrentar, de maneira diferenciada a aids no Amazonas. O documento estabelece uma série de metas, entre elas a redução dos óbitos por aids e por co-infecções (quando o organismo sofre com duas ou mais doenças ao mesmo tempo); ações de prevenção para populações vulneráveis e o aumento da capacidade e eficiência dos serviços de saúde.
A diretora-presidente da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Graça Alecrim, destacou que a importância do uso do preservativo nas relações sexuais está mais uma vez sendo reforçada pelo Ministério Saúde, como a melhor forma de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.  “É um dado muito preocupante saber que as pessoas ainda evitam a camisinha. Isso tem reflexo no aumento no número de casos das DSTs e de pessoas com HIV positivo”, disse.
Campanha
Pela primeira vez, a estratégia do Ministério da Saúde prevê a extensão da campanha, além do Carnaval, com adaptações, para festas populares, como São João e outros eventos, em todo o País, durante todo o resto do ano. A mensagem geral da campanha é informar o jovem para se prevenir contra o vírus da aids, usar camisinha, fazer o teste e, se der positivo, começar logo o tratamento, reforçando o conceito ‘camisinha + teste + medicamento’ de prevenção combinada.
Serão cerca de 129 mil cartazes em quatro versões ‘segmentados para a população jovem, travesti e jovem gay’ um spot de rádio, 315 mil folders explicativos da prevenção combinada e um vídeo para TV. Os materiais reforçam o slogan final usando a gíria “# partiu teste”, linguagem típica desta faixa etária prioritária.

No Amazonas, a Coordenação Estadual de DST/Aids e Hepatites Virais, pretende distribuir 1,2 milhão preservativos durante as festas carnavalescas este ano.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Vaticano abre portas para padres casados e cria dilema


Catolicismo abre exceções para não-celibatários na Grã-Bretanha e nos EUA
    R7

Fernando Duarte, Da BBC Brasil em Londres
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O ex-padre anglicano Robin Farrow (de óculos) é casado e tem quatro filhas, mas será ordenado na Igreja Católica em abrilBBC/Arquivo pessoal
Com quatro filhas ainda crianças e um bebê para chegar em alguns meses, a mulher de Robin Farrow já avisou: ele precisará levar a caçula para trabalho nos dias mais complicados.
Uma situação que dificilmente chamaria a atenção em qualquer lugar do mundo não fosse o fato de que Farrow está prestes a receber sua ordenação como padre católico.
O britânico faz parte de um grupo de novos padres anglicanos que se converteram à Igreja Católica no Reino Unido sem a obrigação de adotar o celibato, ao contrário do se exige dos sacerdotes originalmente católicos.
"Sei que muitos fiéis católicos podem estranhar a figura de um padre casado. Mas na minha paróquia eu tenho conversado com os fiéis há meses e recebi muitas palavras de apoio a minha situação. Estudei para uma vida religiosa desde os sete anos", conta Farrow, 42, em entrevista à BBC Brasil.
Dispensa especial
A regra para sacerdotes anglicanos está em vigor desde 2009, chancelada pelo então papa Bento 16. Foi uma decisão que surpreendeu por causa do perfil conservador do pontífice alemão, e que muitos analistas de Vaticano viram como uma manobra para atrair para a Igreja anglicanos insatisfeitos com algumas decisões mais polêmicas de seu ramo do cristianismo, em especial a ordenação de bispos homossexuais.
Mas também teve o objetivo de reforçar os quadros católicos num país em que o catolicismo é minoria.
Anteriormente, apenas padres casados já ordenados podiam se juntar aos quadros de Roma.
No entanto, há limites para a dispensa.
"Se por acaso minha esposa falecesse, que Deus proíba, eu não poderia casar de novo", conta Farrow.
O divórcio, por sinal, também está fora de questão.
Casos como o de Farrow alimentam o argumento dos defensores de uma revisão da questão celibatária por parte da Igreja. Desafiam na prática a premissa de que apenas a dedicação total à Igreja poderia "fazer" um padre — um princípio que norteou a imposição de celibato no século 12, como forma de simbolizar o triunfo do espírito sobre a carne.
Amazônia
E entre os que propõem a flexibilização está Dom Erwin Kautler, bispo austríaco que há 30 anos é o responsável pelo Prelado do Xingu, no Pará.
Mais conhecido por seu envolvimento em causas ambientais e pelas críticas à injustiça social na Região Norte do Brasil, Dom Erwin mais recentemente tem expressado sua preocupação com a escassez de sacerdotes a seu dispor. Uma das maiores circunscrições eclesiásticas do Brasil, com 365 mil quilômetros quadrados, o Xingu dispõe apenas de 27 padres.
Não é preciso muito esforço matemático para entender o problema de Dom Erwin. E o bispo não vê outra solução que não uma flexibilização do Vaticano sobre o celibato. Algo que vá além da presença dos diáconos, clérigos de quem não se exige o celibato e que podem celebrar alguns sacramentos, incluindo o batismo. Mas não a comunhão.
"Não estou defendendo o fim do celibato. Defendo que presidir a celebração da eucaristia, por exemplo, não seja um prerrogativa exclusiva de um homem celibatário", afirma o bispo à BBC Brasil.
"O que muitos bispos querem — e sou um deles — é propor outro tipo de sacerdote ao lado do tradicional. E tomar uma posição em favor de comunidades como as da Amazônia, que praticamente estão excluídas da Eucaristia. Quem optar pela vida celibatária tem todo o direito de fazê-lo. E há inúmeras pessoas, tanto homens e mulheres, que fazem essa opção e são felizes".
De acordo com estatísticas apresentadas por um estudo da universidade americana de Georgetown, citando documentos do Vaticano, o número de católicos no mundo cresceu 64% entre 1975 e 2008, atingindo pela primeira vez a casa de 1 bilhão. O mesmo estudo, no entanto, estima que o número de padres no mundo seja de pouco mais de 400 mil e estacionou nos últimos 40 anos.
No Brasil, o mais recente censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou mais de 120 milhões de brasileiros se declarando católicos. O Censo Anual da Igreja Católica no Brasil estima em cerca de 22 mil o número de padres.
Escândalo
Especialistas citam diversas causas para a desproporcionalidade, incluindo uma tendência de redução de atividades religiosas em outras denominações e religiões - na Grã-Bretanha, por exemplo, mais de 14 milhões de pessoas (quase um quarto da população) declararam-se ateus no último censo nacional.
Mas o imenso sacrifício pessoal exigido dos interessados inevitavelmente é citada não só para desestimular novas chegadas, mas para levar a "deserções".
Na Itália, bem perto nas muralhas do Vaticano, estima-se que 6 mil padres tenham abandonado a batina para assumir ou iniciar relacionamentos. O país atualmente tem 33 mil padres.
A discussão ganhou força depois da revelação de diversos escândalos de pedofilia na Igreja nos últimos anos.
"Ninguém discute que o celibato tem seu valor, mas ele deve ser facultativo justamente para evitar desvios de comportamento por quem não está preparado para assumir um compromisso notável", explica Alex Walker, padre britânico que em 1988 deixou a vida religiosa para se casar.
Atualmente, ele faz parte do Advent Group, que faz lobby por mudanças na postura do Vaticano e oferece assistência para sacerdotes que sigam o mesmo caminho de Walker.
"Estou casado há 25 anos e não teria deixado a Igreja se o celibato fosse opcional. Conheço muitos fiés que prefeririam que seus padres pudessem se casar".
Resistência
Dom Erwin diz ter apresentado seu caso ao papa Francisco, mas diz ser necessária uma articulação dos bispos brasileiros junto ao Vaticano para que a questão seja levada à frente.
O mais recente pronunciamento do pontífice sobre o celibato ocorreu em agosto do ano passado - numa entrevista ao jornal italiano La Repubblica, Francisco é citado como admitindo que a exigência havia "criado problemas" para a Igreja.
Não são apenas os anglicanos que conseguem ser exceção à regra. Nos Ritos Orientais, um ramo autônomo pouco conhecido do Catolicismo cujos padres podem ser casados.
Curiosamente, porém, padres de exceção estão entre alguns dos maiores defensores do status quo católico.
É o caso de Paul Sullins, padre americano casado convertido ao Catolicismo. Sociólogo da Universidade Católica Americana, em Washington, ele lançará em livro em abril um estudo sobre padres casados nos EUA - o número segundo ele, chega a 100.
Apesar de defender os padres casados do argumento de que mulheres podem evitar um comprometimento semelhante ao de um celibatário, Sullins vê lógica na manutenção para padres de formação católica.
"O exemplo de alguém que renuncia ao casamento e ao sexo numa sociedade tão sexualizada quanto a nossa é algo formidável. E este sacrifício tem um valor institucional importante para a Igreja. Ainda mais quando seja bastante conhecido de todo mundo que o Vaticano exige o celibato", diz o sociólogo.
Robin Farrow concorda:
"A Igreja sofreria muito em termos de imagens juntos aos fiéis se adotasse muitas mudanças nesse sentido. O celibato ajudou muito a Igreja em termos de carisma".

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Cerca de 80% dos brasileiros esperam aumento da inflação, aponta Datafolha

População acredita que situação econômica pode piorar nos próximos meses, aponta Datafolha

A expectativa da população teve uma piora significativa com relação a emprego e inflação. É o que mostra a pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo (8). A maioria (55%) considera que a situação econômica vai piorar nos próximos meses. Trata-se do pior patamar desde dezembro de 1997, quando esta pergunta começou a ser feita pelo instituto de pesquisa.esperado por 81% dos brasileiros, segundo o Datafolha. Enquanto isso, 11% afirmam que não haverá reajuste de preços e 5% que a inflação vai diminuir.

O percentual dos que contam com a piora da carestia é recorde nos levantamento do instituto. Supera até mesmo o índice registrado em setembro de 2001, depois dos atentados terroristas nos Estados Unidos quando houve uma mudança nas expectativas econômicas, em função da reviravolta no cenário mundial.

Entre os pesquisados, a maioria também afirma que o desemprego subirá (62%). Dos entrevistados, 22% consideram que o mercado de trabalho ficará na situação atual, ou seja, não haverá piora e 13% afirmaram que o índice de desemprego vai diminuir.

Reportagem da Folha de São Paulo, jornal do mesmo grupo do instituto, aponta que “além do escândalo de corrupção na Petrobras, os brasileiros se defrontaram recentemente com um apagão e uma série de mudanças que já afetaram ou ainda pesarão no bolso: Desde dezembro, foram anunciados aumentos de tributos e elevação dos juros sobre crédito pessoal e empréstimos mobiliários.

A reportagem destaca que “os preços da gasolina e do etanol subiram, os empréstimos bancários ficaram mais caros, a conta da energia elétrica aumentou e voltará a encarecer nos próximos meses”.

A reportagem lembra também que a inflação de janeiro atingiu 1,24%, maior nível desde fevereiro de 2003.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Amar outra vez

Donde viste tu, que ao chegares
senti saudade tua na presença,
e ao entrares, sem pedir licença,
ocupaste em meu corpo teus lugares.

Passeaste por todos meus andadres,
meu coração pulsando a cada gesto,
e cresci ao renascer do resto
d! amor que me foi vida outrora.

Eu, que fui mesquinho, quero agora
dar-te borbulhas de água de vertente
e quero o teu amor como presente,

para sempre, como se eterno fosse,
que entre nós nunca chegue o acabou-se,
pra que eu não sofra tudo novamente.

GENÉZIO MENDES é poeta paraibano, nascido em Serraria

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

China passa Brasil e vira principal importadora da Bolívia

La Paz
 
Vista de La Paz, Bolívia: importações chinesas para a Bolívia alcançaram no ano passado US$ 1,8 bilhão
Da EFE
La Paz - A China se transformou em 2014 na maior fonte de importação para a Bolívia, colocando o Brasil em segundo plano, país que até 2013 foi o principal fornecedor de produtos para o mercado boliviano, informou Instituto Nacional de Estatística (INE).
As importações chinesas para a Bolívia alcançaram no ano passado US$ 1,8 bilhão, o que representar um aumento de 44,4% com relação a US$ 1,2 bilhão registrado em 2013, conforme relatório INE.
A Bolívia também comprou produtos do Brasil por um valor de US$ 1,6 bilhão, 3,3% a mais do que o US$ 1,5 bilhão de 2013; e importou mercadorias dos Estados Unidos por US$ 1,2 bilhão, 5,3% acima do US$ 1,1 bilhão do ano anterior.
O valor total das importações do país em 2014 foi de US$ 10,4 bilhões, sendo que as compras de produtos da China representaram 17,2%; as do Brasil, 15,7% e as dos EUA, 11,7%. Em 2013, as importações chinesas representaram 13,4% do total importado pela Bolívia; as compras de produtos brasileiros, 17,1% e as de mercadoria americanas, 12,4%.
Em declarações à Agência Efe, o gerente do Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE), Gary Rodríguez, destacou que a forte presença da China no comércio internacional "não é de se estranhar", pois o desenvolvimento do gigante asiático está sustentado, sobretudo, por suas exportações.
Segundo o analista, a manufatura chinesa se baseia na fraqueza de sua moeda e na competitividade de sua mão-de-obra, mas também no fenômeno da "descentralização produtiva", ao abrigar em seu território diversas marcas, principalmente da União Europeia e dos EUA, que buscam se beneficiar das vantagens produtivas desse país.
"A China se transformou em uma dor de cabeça para todo o mundo pela incursão de suas manufaturas, que já não é como nos anos 80 apenas com calçados e têxteis, mas também agora com produtos tecnológicos de ponta", disse Rodríguez.
Para ele, nem a América Latina nem a Bolívia ficaram à margem desta crescente presença de produtos chineses, e no caso do país andino, aumentaram as importações nos setores automotivo, de telecomunicações e agroquímico.
Segundo Rodríguez, as compras de produtos chineses afetam os produtores locais de têxteis, calçados e madeira, mas nas demais áreas é possível dizer que "as importações chinesas são complementares" às necessidades da Bolívia.
"De alguma forma vieram para "democratizar" o acesso a certos bens que poderiam se classsificados como "de luxo", não apenas pelos preços mais baixos, como também pelas condições de financiamento para adquiri-los. Esperamos que continue a ascensão das importações desse país", disse Rodríguez.
 
 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

As 30 cidades brasileiras onde há mais funcionários públicos

Escritório

São Paulo – A cidade de Parintins, no Amazonas, é conhecida pelo festival que coloca frente a frente Boi Caprichoso e Boi Garantido. Mas não é só de folclore que vive o município. A cidade também detém a maior proporção do Brasil de funcionários púbicos em relação ao total de trabalhadores formais – lá são 3.971 servidores públicos, que correspondem a 62,71% do total.
O levantamento foi feito por EXAME.com com base em dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) 2013. Para a conta, foram considerados apenas os municípios com mais de 100 mil habitantes. Dentre os funcionários públicos, foram considerados apenas os estatutários, ou seja, aqueles que têm estabilidade.

Cidades do Norte e do Nordeste do país encabeçam a lista. Depois de Parintins, o município com maior proporção de funcionários públicos é Cametá, também no Amazonas. Lá, os 3.428 funcionários estatutários representam 51,44% do total de pessoas com empregos formais (CLT e outros).

Diversas capitais brasileiras também aparecem na lista. Boa Vista, capital de Roraima, está em terceiro lugar, com 45,78%. Mais abaixo, também é possível encontrar João Pessoa (PB - 42,65%), Porto Velho (RO - 41,25%) e Palmas (TO - 40,30%).
A capital federal, Brasília, aparece em 12º lugar, com 38,45%. O número está bem acima da média nacional, de 18,32%. Em São Paulo, a proporção de funcionários públicos estatutários é de 15,94%. No Rio de Janeiro, eles correspondem a 18,64% da população com emprego formal.
Veja, nas fotos, o ranking das cidades brasileiras com maior proporção de funcionários públicos.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O janeiro negro do Planalto

Dilma Rousseff (Foto: Arquivo Google)

Resta à doutora Dilma um consolo. Na oposição, a única novidade é que Aécio Neves deixou a barba crescer
Elio Gaspari

A eleição do deputado Eduardo Cunha para a presidência da Câmara foi apenas um detalhe na trajetória de um governo que parece ter feito uma opção preferencial pela trapalhada. Vale a pena atrasar o relógio.
A doutora Dilma ainda estava de férias e, em seu nome, saiu do Planalto a bala perdida que acertou a testa do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Levou-o a um recuo público desnecessário, apenas humilhante, por causa de um comentário genérico sobre o salário-mínimo.
Pouco depois, veio outra bala perdida, desta vez na direção do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por ter dito que os critérios do seguro-desemprego estavam ultrapassados, coisa já anunciada pelo seu antecessor.
Isso num governo que pretende carregar a bandeira de uma “pátria educadora", e cortou verbas do Ministério da Educação. Deu-se um apagão no sistema elétrico e o ministro de Minas e Energia prontamente informou que foi um acidente. A área técnica do governo desmentiu-o no ato.
Nenhuma dessas coisas precisava ter acontecido. “Pátria educadora" é conversa fiada. O Planalto não precisa atirar nos seus próprios ministros. O doutor das Minas e Energia não precisava dizer o que disse. Finalmente, se Eduardo Cunha tinha uma “ascendência irreversível" na Casa, a doutora deveria ter percebido que iria para frigideira com o petista Arlindo Chinaglia.
Quem seria preferível para presidir a Casa: um petista, ou qualquer um? Conseguiu-se o milagre de dar conteúdo oposicionista ao doutor Cunha. Se a desarticulação política do Planalto e do PT tornavam a derrota inevitável, o ronco de poder emitido pelo comissariado nas últimas semanas foi apenas uma opção preferencial pela trapalhada. Um miado de leão, rugido de gato.
Essas foram iniciativas equivalentes à do sujeito que resolve atravessar a rua para escorregar na casca de banana da outra calçada. Verdadeira mágica, porque do outro lado da rua havia só a banana de Cunha. Na calçada em que anda o Planalto há cachos.
O ano de 2014 fechou com o maior déficit das últimas décadas, desmentindo 12 meses de sucessivas lorotas. A Petrobras teve seu crédito rebaixado e suas ações valem menos que dois cocos em Ipanema. Isso e mais a certeza de que a Operação Lava-Jato vai desentranhar as contas do PT. (A regulamentação da Lei Anticorrupção está engavetada há um ano.)
O governo resolveu inflar seus desastres porque, na batalha da comunicação, egocentrismo e megalomania abafam a rotina. Mesmo assim, nem tudo são espinhos. Esse mesmo governo mandou passear o lobby das concessionárias de energia que pretendia espetar na Viúva uma conta de R$ 2,5 bilhões.
Mandou passear também os clubes de futebol com suas dívidas de pelo menos R$ 1,5 bilhão. Muito justamente reduziu o crédito estudantil para jovens com desempenho pouco acima do medíocre no Enem.
Contrariou os barões das escolas privadas, mas conteve a privatização de seus recursos. Essa batalha ainda não terminou, como ainda não entrou em cena a das operadoras de saúde, começada nos dias das festas de fim de ano.
Resta à doutora Dilma um consolo. Na oposição, a única novidade é que Aécio Neves deixou a barba crescer.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Após confusão no Miss Amazonas, Sheislane Hayalla investirá em carreira de atriz

Até a noite desta sexta-feira (30), antes da final da 60ª edição do Miss Amazonas, o nome Sheislane Hayalla, estudante de biologia e segunda colocada na disputa pelo título, podia não ser tão conhecido pelo grande público. Mas após a repercussão do barraco protagonizado pela jovem, que arrancou a coroa da cabeça da primeira colocada, Carol Toledo, todos os holofotes se voltaram para a vice, que além de ter virado celebridade instantânea na internet, agora planeja uma carreira como atriz no Rio de Janeiro e já recebeu diversos convites em emissoras de TV, incluindo programas de alcance nacional.

Sheislane se pronunciou nas redes sociais e, inclusive, publicou um vídeo pedindo desculpas pelo ato, mas, em entrevista ao D24AM a segunda colocada não se mostra nem um pouco arrependida e defende que ter arrancado a coroa, após o anúncio foi uma espécie de protesto.

Segundo Sheislane, muitas pessoas assistem o vídeo do momento da coroação, mas ninguém entende o verdadeiro motivo que levou ao ato extremo. "Desde o ano passado, as pessoas vêm me falando que a família dela (Carol Toledo) pagou para ganhar o concurso. Uns amigos tentaram me fazer desistir de me inscrever, porque a vitória dela já era certa, mas eu não acreditei, pois eu já tinha participado de concursos sérios, internacionais", disse a participante.

Incrédula com o fato de ter chegado ao TOP 5, Sheislane afirma que a vencedora não tem o padrão pedido pelo Miss Brasil e garante que a ação não foi premeditada com o intuito de aparecer ou por estar chateada com a segunda colocação.
"Foi um protesto meu por todas as outras candidatas que investiram muito, acreditando que seria um concurso justo. Não fiz isso para aparecer ou ser famosa e sim para escancarar o que acontece de verdade, que todas brigam nos bastidores. Meu ato é para mostrar para o mundo inteiro que não é só o dinheiro que vale", dispara a moça.

Em menos de 24 horas depois da final, com o vídeo viralizando pelo Brasil e mundo afora, Sheislane já possui um assessor que monta toda a sua (agora) intensa agenda. Desde ontem, o telefone não tem parado com pedidos de entrevistas e as mensagens nas redes sociais - tanto de apoio como de repúdio - multiplicam a cada instante. Com a visibilidade, segundo a vice, nada calculada, a hora agora é de olhar para o futuro.

"Eu já tinha planejado desde o ano passado que, independente do resultado do Miss Amazonas, iria com meus agentes para o Rio de janeiro, começar meu curso de teatro. Futuramente, eu me mudo e vou investir pesado na carreira de atriz", adianta a jovem, que diz também ter recusado um papel na minissérie global 'Dois Irmãos', gravada no Amazonas.

Favoritismo

Uma das acusações feitas por Sheislane Hayalla contra a organização do concurso mostra que pode ter havido favoritismo pela candidata vencedora, o que conforme a segunda colocada, ficou evidente nos bastidores e irritou outras competidoras.

"A organização do concurso não deixou que nenhuma candidata levasse maquiador, pois no Miss Brasil a candidata precisa saber fazer sua maquiagem sozinha. Quando chegamos lá (no evento), a candidata que venceu estava com maquiador profissional para ela. A mãe de uma das candidatas chegou a questionar porque ela podia, mas não deu em nada. Enquanto o restante das meninas, se maquiava às pressas em um banheiro escuro com pouca iluminação, a Carol ficava escondida em uma sala com o profissional fazendo a maquiagem e o cabelo dela", acusou.

Sheislane, que disse ter investido cerca de R$ 10 mil para participar do concurso, afirma ainda que a organização pediu para ela sair pela porta dos fundos, após a confusão. "O coordenador do concurso disse que era para eu sair pela porta dos fundos, mas eu disse que sairia pela frente, pois não tinha feito nada errado. Saí pela frente, com todo mundo me esperando, fazendo foto", lembra a modelo, ainda surpresa com o apoio que teve.

A segunda colocada ainda não sabe ao certo seu destino no mundo dos concursos de beleza, pois segundo a própria concorrente, a organização do Miss Amazonas não entrou em contato para falar sobre o ocorrido. Por enquanto, Sheislane deve conceder entrevista ao dominical Fantástico, da Rede Globo, e para a Rede Record Nacional. Sobre a transmissão do concurso na Rede Bandeirantes, prevista para a noite deste sábado, ela adianta que a parte final pode ser cortada.

A modelo conta também com uma equipe jurídica que a está auxiliando nas entrevistas, principalmente quando o assunto é a possível "compra do título", tema que ela trata cada vez com mais cuidado. "Eu nunca fiz barraco na minha vida. Quando saí do auditório fui aplaudida por 95% da platéia, todos me mandando mensagens, me parabenizando. Candidatas de anos atrás que se sentem injustiçadas estão me apoiando. Fiz isso por justiça", sustenta.



Eduardo Cunha pretende apressar debate sobre reforma política

Dois dias após ser eleito presidente da Câmara dos Deputados, o peemedebista Eduardo Cunha (RJ) manifestou que pretende apressar o debate em torno da reforma política. Ao falar hoje (3), depois de reunião da bancada do partido, Cunha revelou que sua intenção é aprovar a admissibilidade do texto da Proposta de Reforma Política (PEC 352/13). “Pretendo dar admissibilidade àquela proposta de emenda constitucional para constituir comissão especial que possa discutir o mérito”, disse Cunha.
A proposta teve a votação da admissibilidade suspensa na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), em razão de divergências quanto ao seu teor. Durante entrevista, Cunha revelou que uma estratégia seria driblar o debate na comissão e apresentar um requerimento para votar a admissibilidade no plenário.
Entre as mudanças contidas na PEC estão o fim da reeleição do presidente da República, dos governadores e prefeitos; e o fim do voto obrigatório. A proposta altera a forma de coligação nas eleições proporcionais e determina coincidência das eleições municipais, estaduais e federal, a partir de 2018.
Contudo, um dos pontos centrais do debate - o financiamento de campanha - é fruto de divergências. Eduardo Cunha defende a manutenção do financiamento empresarial de campanhas, considerado por movimentos sociais e organizações como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a porteira da corrupção nas eleições do Brasil.
No ano passado, OAB e CNBB integraram um movimento com mais de 100 organizações da sociedade civil para recolher 1,5 milhão de assinaturas e protocolar, no Congresso Nacional, uma proposta de reforma política chamada de Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas (http://www.reformapoliticademocratica.org.br/).
O tema também foi tratado pela presidenta Dilma Rousseff, após ser reeleita. Em discurso, Dilma defendeu - mesmo o tema sendo de responsabilidade do Congresso Nacional - a importância de mobilizar a sociedade em torno do tema, sugerindo a realização de um plebiscito ou de uma consulta popular sobre a questão.
Dilma delegou, inclusive, ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, a tarefa de debater o tema com a sociedade.
Na segunda-feira (2) Rossetto debateu o tema com estudantes universitários durante o primeiro dia de debates da nona Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE). Antes, o ministro havia conversado com a OAB sobre a importância da reforma política no país.