terça-feira, 8 de maio de 2012

TRIBUTO AO SOL

Costumo tomar o café da manhã ao som do canto dos pássaros. E são momentos que dia a dia adquirem um novo sabor, uma nova alegria e emoções renovam-se. Quando o amanhecer vem acompanhado de um sol encantador...é só fascinação! Festança incomparável: um olhar poético, sol e passarinhos!
E pensar que o Universo é feito de milhares de sóis, o céu é salpicado de estrelas que não passam de sóis. Quanto mistério existe nas obras do Criador que torna-se sábio o ato de ficar genuflexo e agradecer ao Senhor pelas suas criações inatingíveis.
                            "Tantos sóis e tantas luas
                               brilharam sobre essas linhas,
                               das cantigas - que eram tuas -
                               das palavras - que eram minhas."
Esses versos não são meus, são de Cecília Meireles. Andrade Muricy definiu-a como enamorada do Oriente, grave e austera, nesta terra de sol violento e de volúpia.
Sol violento e voluptuoso é o sol tropicalíssimo do Amazonas. Alcança o ápice da sua volúpia precisamente na cidade de Manaus. O sol de verão amazônico é de estourar os miolos do manauara. Por já possuir ares de Metrópole, sem arborização, muito asfalto, região quente e úmida, o rei sol é absolutamente abrasador!  Nossos quartos são gelados, nossos carros são gelados, apela-se para o frio artificial assim como os novayorquinos fazem uso do sistema de calefação no inverno rigoroso.
Sou abençoada por tomar o café matinal ouvindo a sinfonia dos pássaros. Nesses dois dias o sol não deu a ar da sua graça aqui, na Capital do Amazonas. Muita gente sofre com isso: são as vítimas da cheia dos rios.
Sem sol, cinza lá fora, não há canto dos passarinhos. No ar sinto algo nostálgico, avezinhas caladas, molhadinhas, chuva fininha caindo, saudade do sol, saudade do mar de Floripa, saudade de tudo! Saudade de mergulhar de cabeça em alto mar e verificar que estou inteirinha! Não vejo a hora do repeteco! Volte logo sol, traga com você a alegria, venha cheio de volúpia pois quando sentir arder a minha pele, tenho meus locais frios para esfriar-me! Vem logo, com seu abraço quente trazer-me o cântico dos pássaros, invadindo minha alma de prazer! 


Liége Farias é cronista Literária                                         


    
         

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