sexta-feira, 12 de agosto de 2011

QUERO MORRER DE MANHÃ

Quero morrer de manhã, vendo as janelas
escancarando o sol, olhanda a vida
despertar sem sinais de despedida,
sem o queixume sepulcral da velas.

Quero morrer liberto, sem tutelas,
sem registros do instante da partida.
Morrer, apenas, descansar da lida,
morrer sem sobressaltos, sem cautelas

Que as horas sejam calmas, sejam belas,
que a praia amplie o verdejar das telas
que pintei nos meus olhos quando a ví.

Que o sol aqueça a vida lá de fora
no frio de meu rosto, e sendo aurora,
ninguem perceber que eu morri.

*Ronaldo Cunha Lima é poeta e ex- governador da Paraíba

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