segunda-feira, 22 de agosto de 2011

SAUDADES DE PORTUGAL

Liége Farias é cronista literária
Na recente viagem que fiz à Europa, um lugar ficou delicadamente guardado no fundo do peito. Fiquei literalmente apaixonada por Portugal. Ali, naquele pequeno território, fui envolvida por uma fascinação inenarrável, vou apenas tentar narrar, apenas tentar...
Lisboa, adorável Capital, deixou-me pasma, cidade limpa, limpíssima, pouca gente pelas ruas, trânsito leve, restaurantes higiênicos e um clima de apesar do verão,
ameníssimo.
Todas as viagens que tenho feito devo ao meu filho mais novo - Dom Rafael! Se não fosse por ele que tanto me encoraja, me anima, me incentiva, teria eu perdido tanto material para os meus textos, pois as lembranças brotam na minha mente feito ervas do campo. Brotam feitos plantações de girassóis! Campos de trigo!
Éramos três na viagem: eu, Rafael e Eline.
Nossa chegada a Lisboa, foi pela manhã, aliás, uma bela manhã de verão português. Sol lá no alto, um ventinho fresco, acostumados ao calor abafado, eu estranhei bastante. Suar ali, nem pensar! Lembrei de uma antiga canção portuguesa, tão conhecida dos brasileiros: "Lisboa antiga". Diz a canção, Lisboa velha cidade, cheia de encanto e beleza... Só devaneios, adoro devaneios! Só poesia no ar!
À noite, fomos ao Bairro Alto, antigo lugar do baixo meretrício, hoje transformado num ambiente culto, cheio de restaurantes típicos com cantores de fado. Um lugar bem frequentado por intelectuais e turistas. Bairro boêmio. Bairro Alto, um espaço de Portugal imperdível, com suas Adegas e seus magistrais cantores de fado. Adentramos
alegremente, pois tudo naquela noite era alegria, numa adega aconchegante e bem portuguesa. Lembrei da minha infância em Manaus, existia um restaurante português chamado "Adega Portuguesa", ficava na Joaquim Nabuco.
De repente, estávamos no olho do furacão da noite portuguesa. Sentamos com o sorriso aberto na Adega do Ribatejo Fados. Pedimos bacalhau e vinho. O garçom,trouxe um vinho tinto por nome Monte Velho, delicioso, uma perdição! Ao fundo, vestida de negro, uma jovem cantora estremecia o ambiente cantando um belo fado, pura voz, microfone, nem pensar! O fado é a expressão cantada de um estado de alma, melancólico ou alegre, de elogio ou de sátira. Pedi para que ela cantasse o fado "Lisboa Antiga", entre vinho e bacalhau já era bem tarde. Hora de voltar ao Hotel, de tão bom, voltamos outras vezes ao Bairro Alto. E voltarei outras vezes, se assim Deus me permitir!

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