sábado, 13 de abril de 2013

MÁGOAS
Augusto do Anjos

Quando nasci, num mês de tantas flores,
Todas murcharam, tristes, langorosas,
Tristes fanaram redolentes rosas,
Morreram todas, sem olores.

Mais tarde da existência nos verdores
Da infância nunca tive as venturosas
Alegrias que passam bonançosas,
Oh! minha infância nunca tive flores!

Volvendo à quadra azul da mocidade,
Minh'alma levo aflita à eternidade,
Quando a morte matar meus dissabores.

Cansado de chorar pelas estradas,
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz das minhas dores!

Augusto dos Anjos é poeta simbolista, paraibano, autor de EU e outras poesias


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