sexta-feira, 19 de abril de 2013

TECENDO A MANHÃ

Um galo sozinho não tece uma manhã;
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de outro galo
que apanhe o grito que o galo antes
e o lance a outro; e de outros galos 
que com outros muitos galos se cruzem 
os fios de sol de seus gritos de galos,
para que o amanhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo entre todos os galos...

João Cabral de Melo Neto passou sete anos elaborando este poema, mas o resultado é surpreendente . O texto é plurisignificativo, propicia várias leituras

Nenhum comentário:

Postar um comentário