terça-feira, 11 de julho de 2017

Voto de Zveiter desmonta defesa de Temer

Ricardo Noblat

Um por um, todos os argumentos da defesa de Michel Temer foram desmontados no voto de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), relator na Comissão de Constituição e Justiça da denúncia contra o presidente da República por crime de corrupção passiva apresentada por Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Em dúvida, pró-sociedade”, repetiu Zveiter quase uma dezena de vezes ao se opor, no caso, à máxima de que em “em dúvida, pró-réu”. Bateu duro ao recomendar aos seus colegas de comissão que defiram o pedido do STF de julgar Temer: “Em nada isso significará o enfraquecimento de nossas instituições”. O contrário, segundo ele, é que enfraqueceria.
Caberá aos 66 membros da comissão, a partir da próxima quarta-feira, analisar e aprovar ou não o voto de Zveiter. O provável é que só delibere em definitivo no final da semana. O que decidir será levado ao exame do plenário formado por 513 deputados – ou na próxima semana ou em agosto, depois do recesso do Congresso.
O governo está empenhado em trocar o maior número possível de deputados da comissão favoráveis à aprovação do voto de Zveiter. Até hoje já foram trocados 12 por outros dispostos a votar contra. Somente o PR, presidido por Valdemar Costa Neto, condenado no processo do mensalão, trocou quatro.
Um dos efeitos do voto de Zveiter deverá ser sentido logo mais à noite quando o comando nacional do PSDB se reunir em São Paulo no apartamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No último sábado, Temer telefonou para FHC pedindo para ser recebido por ele. Quer evitar a debandada do PSDB. FHC respondeu que não tinha tempo.
Sergio Zveiter (Foto: André Borges / Estadão)Sergio Zveiter (Foto: André Borges / Estadão)

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