segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Se Trump perder, será por causa das mulheres e das minorias, diz pesquisa


Empresário é o preferido dos americanos brancos, mas enfrenta alta rejeição entre negros, latinos e eleitoras.

João FelletDa BB
Candidato republican, Donald Trump, fala durante evento de campanha em Leesburg, na Virginia, nesta segunda-feira (7)  (Foto: Carlo Allegri/ Reuters)
Adicionar legenda
Candidato republican, Donald Trump, fala durante evento de campanha em Leesburg, na Virginia, nesta segunda-feira (7) (Foto: Carlo Allegri/ Reuters)
Se apenas brancos votassem nos Estados Unidos, o empresário Donald Trump, do Partido Republicano, se elegeria presidente com 14 pontos percentuais à frente de Hillary Clinton, do Partido Democrata.
Já entre os eleitores negros, Hillary derrotaria Trump por 79 pontos percentuais. Entre os latinos, ela venceria por 28.
Os dados, divulgados em outubro numa pesquisa do The Washington Post e da rede ABC, mostram como a cor da pele e origem dos eleitores americanos influenciam seus votos e ajudam a explicar a acirrada disputa pela Casa Branca.
Segundo o Censo americano de 2010, brancos são 63,7% da população dos EUA, latinos são 16,3% e negros, 12,2%.
 

Candidata dos negros
A força de Hillary entre negros americanos ficou evidente nas prévias que a definiram como candidata dos democratas à Presidência. Ela derrotou o rival Bernie Sanders em todos os Estados com população negra significativa, que se concentram no sul do país. Na Carolina do Sul, por exemplo, ela recebeu mais de oito entre cada dez votos de eleitores negros.
Hillary herdou parte da popularidade que seu marido, o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), tem entre o grupo.
Clinton é de Arkansas, Estado sulista, o que o ajudou a cultivar uma imagem favorável entre negros da região. E quando presidente, ele tomou decisões que agradaram a comunidade, como a nomeação de negros para postos altos do governo e o apoio a políticas afirmativas.
Hoje, muitos questionam os efeitos para negros americanos de outra iniciativa de sua gestão - o endurecimento do código penal, que elevou bastante o número de afroamericanos presos -, mas isso não abalou a popularidade do casal entre o grupo.
Entre os latinos, Hillary é beneficiada pela rejeição do grupo a Trump e ao Partido Republicano, considerados hostis a imigrantes. Trump promete deportar todos os imigrantes sem documentos e construir um muro na fronteira com o México, terra ancestral da mais numerosa comunidade latina dos EUA.
Ele já se referiu a imigrantes do México como "estupradores", disse que o país vizinho enviava aos EUA "bad hombres" (homens maus) e questionou a independência de um juiz descendente de mexicanos para julgar um caso que o envolve.
Já Hillary diz que apresentará uma proposta para regularizar grande parte dos imigrantes sem documentos, medida aplaudida por boa parte do eleitorado latino.
Em outro aceno à comunidade, ela escolheu como vice Tim Kaine, que serviu como missionário em Honduras. Nesta semana, Kaine discursou para os latinos no Arizona. Segundo a campanha, foi a primeira vez que um membro de uma chapa presidencial fez um discurso inteiramente em espanhol nos EUA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário