quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A lágrima

A solidão magoa e contamina
a escuridão da noite à sua frente.
Não mais tempo. A espera, simplesmente,
chega ao final, como um ponto que termina.

Amou demais. Amar foi a sua sina. 
Foi entrega total e onipresente.
Doou-se e se doeu, pois, de repente, 
do amor lhe falta a chama feminina

negando ao corpo abraço de acalanto,
fugindo aos beijos, quando o amor foi tanto,
legando ao sonho a dúvida abissal

Como um vulcão que em gota expele o magma
aos seus olhos o pranto leva a lágrima, 
até chegar à boca, feito sal.

RONALDO CUNHA LIMA, poeta e ex-governador da Paraíba

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