domingo, 15 de dezembro de 2013

OBRAS DA ARENA DE MANAUS, TÊM SEGUNDA MORTE EM 10 HORAS

O Estado de S. Paulo
 Menos de dez horas após o cearense Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, cair de uma altura de aproximadamente 35 metros e morrer nas obras da Arena Amazônia, em Manaus, mais um óbito foi registrado no local neste sábado. O operário José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, sofreu um enfarte e morreu. Ele trabalhava no Centro de Convenções do Amazonas, anexo à Arena. A construção faz parte do complexo que está sendo feito em Manaus para a realização da Copa do Mundo de 2014. No Mundial, o espaço deverá ser utilizado para reuniões e encontros de delegações esportivas.
Primeiro operário morto caiu de uma altura de 35 metros - Marcelo Sayao/EFE
Marcelo Sayao/EFE
Primeiro operário morto caiu de uma altura de 35 metros
Os familiares criticaram as condições de trabalho a que Nascimento era submetido. Segundo a cunhada do operário, Priscila Soares, ele trabalhava sob pressão porque a obra estava atrasada. O Centro de Convenções deveria ter sido entregue em junho, mas a inauguração só deve ocorrer em janeiro de 2014. "Ele trabalhava de domingo a domingo", afirmou Priscila. Nascimento chegou a ser atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu. Quando os familiares chegaram à obra, o corpo do operário estava no chão, exposto ao sol.
A morte de Nascimento foi a terceira registrada nas obras de Manaus. Marcleudo de Melo Ferreira, 22 anos, sofreu uma queda de aproximadamente 35 metros após o rompimento de um cabo e caiu sobre uma cadeira. Em maio, foi registrado outro acidente fatal no estádio. Raimundo Nonato Lima da Costa, 49 anos, se desequilibrou e caiu de uma altura de cerca de cinco metros de altura, após tentar uma travessia de uma coluna para um andaime.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sindacomec), Cícero Custódio, foram registrado mais de 90 acidentes na Arena Amazônia. "É a arena mais cara do Brasil e os funcionários não são respeitados. Falta gente para trabalhar e os operários têm que se desdobrar e trabalhar na correria para conseguir entregar o estádio no prazo e essa pressa resulta em acidentes", criticou.

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