quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Terreno no porto da Ceasa está ocupado por pelo menos 200 famílias há oito anos

Mais de 200 famílias ocupam há oito meses um terreno da União nas proximidades do porto da Ceasa, na Zona Leste. Esta é mais uma das ocupações irregulares que cresce em Manaus. Como de costume o principal problema das ocupações irregulares está relacionado aos crimes ambientais, que vão desde os desmatamento, queimadas e poluição dos igarapés.
No caso desta invasão, conhecida como “Vila Nova”, os cupantes são antigos moradores da Vila da Felicidade, que fica do outro lado da avenida Ministro Mário Andreazza. Um dos ocupantes que preferiu não se identificar, comentou que essas famílias que ocupam o terreno, não tinham mais condições de pagar por aluguel de moradia e por isso se reuniram e decidiram organizar a ocupação.
“Estamos pelo menos oito meses nos organizando como vila. Diferente das demais ocupações que existem por Manaus, a nossa não houve venda de lotes e muito menos liderança. A paz reina na Vila Nova, não há brigas e muitos menos infrações criminosas, por isso que estamos dando certo”, disse o ocupante.
O desafio para urbanizar o local, no entanto,  é igual  das demais invasões da cidade. “Tivemos dificuldades de conseguir ligação de água e luz, até queríamos que fosse o processo regular, mas as concessionárias informam que não é possível por se tratar de um a invasão de terra. O jeito é foi puxarmos o famoso gato (ligações clandestinas), mas estamos ciente do risco”, contou o morador.
Quem segue na avenida Ministro Mário Andreazza em sentido porto da Ceasa, consegue avistar os barracos ao lado direito da via. Como nas demais ocupações irregulares da capital, o terreno tem marcas de devastação com o desmatamento e das queimadas. As moradias precárias são construídas com lonas e até papelão.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas)  informou que pelo fato da  área ocupada ser federal,  pertencente à antiga Siderama, não tem atribuição para atuar a menos que seja demandada para apoio no cumprimento de mandado de reintegração de posse. A reportagem não consegiu contato com a Secretaria de Patrimônio da União.
Semmas diz que não pode atuar
O Departamento de Fiscalização da  Semmas informou que a área ocupada é federal,  pertencente à antiga Siderama. “Por isso, o departamento não tem atribuição para atuar a menos que sejam demandados para apoio no cumprimento de mandado de reintegração de posse”.
Posse é contestada
O invasor deu uma outra versão sobre a posse do terreno. Disse  que o dono,  proprietário de uma empresa de contêineres que se encontra ao lado da ocupação, está ciente das moradias. “Ele sabe que estamos aqui e nunca fez questão que a gente fosse retirado. Ele nos pediu em troca que mantivéssemos a área em ordem”, disse.

Fonte: Portal A Crítica

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