Trata-se da primeira vez no ano que analistas consultados pelo BC elevam projeção para o IPCA para além dos 6,5%. Previsão para o PIB, contudo, recuou
Inflação continuará pressionada por alta do dólar e dos preços administrados, mostrou Boletim Focus
(Luciano Amarante/VEJA)
O mercado financeiro se despede de 2014 com previsões nada
animadoras para o próximo ano, indica pesquisa Focus divulgada nesta
segunda-feira pelo Banco Central. Economistas consultados pelo
BC projetam inflação em 6,54% ao fim de 2015 – acima, portanto, do teto
da meta do governo federal. Trata-se da primeira vez no ano
que analistas elevam a previsão de inflação para além do patamar de
6,5%. Para o fim de 2014, a projeção para o Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) foi mantida em 6,38%.
O IPCA-15 (prévia do indicador oficial) acelerou a alta para 0,79% em dezembro, encerrando o ano com aumento de 6,46%. O BC tem argumentado
que o câmbio e os preços administrados continuarão pressionando a
inflação, que deverá retornar para o centro da meta apenas no final de
2016.
Analistas reduziram a projeção para o crescimento do país nesta ano. A
previsão de alta do Produto Interno Bruto está em 0,13% contra projeção
do documento anterior de alta de 0,16% e a de um mês atrás, de 0,2%. A
perspectiva dos analistas é de que haverá retomada da atividade no ano
que vem, mas com menor força, já que a taxa passou de 0,69% da semana
anterior para 0,55% agora. Quatro semanas antes, porém, a projeção para
2015 estava em 0,8%.
A produção industrial segue como o principal setor responsável pelas
previsões para o PIB deste e do ano que vem. No boletim Focus, a mediana
das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma
expectativa de queda de 2,5% este ano - idêntica à da semana passada. Há
quatro semanas, estava em -2,3%. Para 2015, o crescimento desse
segmento deve ser de 1,02% ante 1,13% do levantamento anterior e de 1,3%
de um mês atrás.
Juros – Com a próxima reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central marcada para meados do mês que vem, o
mercado manteve a estimativa de que a Selic subirá mais 0,75 ponto
porcentual até o fim de dezembro de 2015. De acordo com o Relatório de
Mercado Focus, a mediana das previsões para a taxa básica de juros no
período seguiu em 12,5%. Há um mês, a previsão central da pesquisa era
de uma taxa de 12% ao ano. Já a Selic média em 2015 foi mantida em
12,47% ao ano, de acordo com o mesmo documento, já bem próximo da taxa
efetiva esperada para o fim do ano que vem. Quatro semanas atrás estava
em 11,97%.
Dólar – Após a garantia do presidente do Banco
Central, Alexandre Tombini, de que continuará com a ração diária ao
mercado por meio de leilões de swap cambial, a mediana das estimativas
para o dólar no fim deste ano está em 2,65 reais. Na semana passada, o
ponto central da pesquisa apontava uma cotação de 2,60 reais e, há um
mês, de 2,55 reais.
(Com Estadão Conteúdo e agência Reuters)
Nenhum comentário:
Postar um comentário