quarta-feira, 18 de abril de 2012


POLIANTÉIA EM MEMÓRIA DE
HELIODORO BALBI

Durante a Febre
Heliodoro Balbi

Morrer! E ser lançado ao mar, no mar do Oriente...
No teu dorso senil, ondas do mar Vermelho!
E no deflúvio real do teu líquido espêlho
Ir a Morte arrastando o meu corpo inda quente...

Meu loiro sonho! minha pobre alma! meu velho
Tronco! A flutuarem dentro os juncais da corrente...
E debater-me em vão! Como em vão, loucamente,
No aranhól se debate um áureo escaravelho!

No alto do céu radioso o ocaso dos Oceanos...
Meu sangue a jorrar pondo vermelhas estrias
Na garganta de luz dos esqualos e goelanos...

E eu só! e eu mudo! a rodopiar em caracóes!
Tendo, através as rubras órbitas vazias.
A ilusão imortal de um combate de sóes...


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