Carlos Costa é jornalista e escritor |
Se o atendimento à saúde pública no Brasil fosse tão eficiente quanto o governo quer mostrar que é, a população do país não teria gasto R$ 283,6 bilhões de reis em 2009 com planos privados de saúde suplementar, segundo dados incontestáveis do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, ou seja, de 2007 a 2007, as famílias do Brasil responderam, em média, por 56,3% das despesas com consumo de bens e serviços de saúde. Essa afirmação está no relatório final do IBGE, tornado público no último dia 18.
Será que é esse o Brasil que queremos para nossos filhos e netos, que arrecada muito, desvia muito e dá migalhas ao povo brasileiro? Acredito que não! Mas fazer o quê? Prefeitos com até mais de 100 processos na Justiça, outros cassados por improbidade administrativa, propagandas antecipadas e vários outros tipos de crimes estão se recandidatando e liderando as pesquisas em vários municípios do Brasil!
Conforme determina a Constituição de 1988, os governos estaduais e municipais ou estão gastando pouco com essa área ou as licitações viciadas, dirigidas e nem sempre confiáveis estão desviando os impostos que pagamos para que o Brasil bata recordes em superávits. O impostômetro da Associação Comercial de São Paulo apontava que até quinta-feira, dia 29, o país já tinha alcançado a marca de R$ 1,5 trilhão de impostos federais, estaduais e municipais desde o primeiro dia do ano. A previsão para 2011 é que só impostos o Brasil atingirá uma marca de R$ 1,27 trilhão de reais. São tantos zeros nesse número que é difícil até para esse cronista mensurar.
E por que faltam recursos para as áreas de saúde, educação, merenda escolar, segurança e habitação? Porque há muitos desvios e a máquina do Governo é muito pesada para ser mantida! Além disso, há ainda os programas sociais de distribuição de renda, que o povo precisa, mas também precisam de boa saúde, bons hospitais e equipados, com leitos disponíveis, UTI, remédios básicos e de materiais que possibilitem aos médicos desenvolver suas atividades. Mas estranhamente, em muitos Estados mais pobres e cidades interioranas dos Municípios, isso não existe, obrigando ao povo mais pobre, o que recebe bolsas do Governo Federal a procurarem atendimentos em hospitais estaduais porque os Municipais nem sempre funcionam e, quando funcionam, ou faltam médicos, leitos, remédios e equipamentos necessários para um perfeito e completo diagnóstico.
Médico pode até fazer milagres, mas sem condições de trabalho e bons salários eles, como todos os brasileiros, não podem sustentar e manter suas famílias!
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