sábado, 17 de dezembro de 2011

INTERVENÇÃO DO ESTADO NO PODER FAMILIAR!

Carlos Costa é jornalista e escritor

Um projeto de lei enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional estabele mais  direitos à  criança e ao adolescente, sem cobrar-lhes nenhum dever ou resposabilidade e a interferência ao Estado no Poder Familiar está provocando muitas discussões. 
Entendo que a educão não é fácil, não é simples, não tem manual e, para cada família há um modo  e um jeito diferente de educar seus filhos. Sou contra o espancamento, mas tirar dos pais o direito de dar uma smples palmada na criança, já é interferência demais do Estado no processo de educação de crianças.
O dia a dia requer muita paciência dos pais. Só que muitas vezes os pais a perdem  e acabam recorrendo às palmadas que, através de um projeto de lei, o Governo quer proibir. Mas sem assumir qualquer responsabilidade também.
“Há casos e casos”. Existem crianças que, aos cinco anos de idade, ameaçam os pais de denúncia se pegarem uma sandália.
Diante disso, recordo com saudade da metodologia da professora de matemática de meu grupo escolar Adalberto Vale. Ela, possuidora de um braço gordo e forte,  usava uma grossa palmatória de madeira maciça em cima de sua mesa. Tinha um furinho bem ao centro para produzir mais dor e ardor na mão do aluno. A professora sempre que promovia sabatinas de perguntas e respostas em sua matéria, em sala de aula, a usava.
Dividia a sala ao meio: meninas para um lado e meninos do outro. Um grupo de um lado fazia perguntas para o outro lado e assim sucessivamente.
É certo que não entendi ou aprendi matemática por esse método de tabuada, mas não morri  por ter recebido “bolos” na mão em diversas oportunidades. Só fui entender matemática mesmo quando entrei no antigo segundo grau! Mas passei a detestar disciplinas de química, física e biologia e, um pouquinho de matemática também. Sempre me socorria de um amigo, o Francisco, chamado por mim de “Chico Tripa”, que era ótimo em matemática e tornou-se professor da matéria depois. Eu só estudava para passar. Nem por isso deixei de ser aprovado em dois exames vestibulares, em épocas diferentes, sempre na primeira tentativa.
Voltando à professora de matemática, se alguém errasse a resposta, quem perguntara tinha que oferecer resposta à classe. Caso errasse também, os dois alunos tinham que ir até à mesa da professora, estender-lhe o braço, abrir bem a mão e receber o bolo de palmatória, dado pela professora, “um por perguntar e não saber responder” e o outro  “por não ter respondido corretamente à pergunta do colega”.
 Imaginem como seria entendido esse processo ensino-aprendizagem de educação nos dias de hoje, com a interferência excessiva do Estado no Poder Familiar?
A minha professora de matemática seria imdiatamente presa sem direito à liberdade condicional!

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