Projeto em elaboração prevê elevação de 26% no contracheque de senadores, deputados, presidente e ministros
Parlamentares pretendem reajustar seus próprios salários para R$ 33 mil |
Brasília
- Os parlamentares querem elevar a partir de janeiro seus próprios
salários, além dos vencimentos da presidente Dilma Rousseff, do seu
vice, Michel Temer, e dos 39 ministros. A previsão é de reajuste de R$
26.723 para R$ 33.769. O aumento tem como base o acumulado dos últimos
quatro anos do índice oficial de inflação (IPCA), que segundo os
técnicos é de 26,33%.
Os congressistas, além dos salários, têm direito a apartamento
funcional ou auxílio-moradia de R$ 3.800 e verba indenizatória de até
R$ 41 mil para deputados e R$ 44,2 mil para senadores.
O mais recente aumento dado aos congressistas e aos integrantes do Executivo federal ocorreu em dezembro de 2010.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),
admite a elaboração do projeto. "Tem que ter o aumento. Em toda a
legislatura que se encerra, você tem que aprovar o aumento para o
próximo ano. Isso é constitucional. O último aumento foi há quatro
anos."
O artigo da Constituição citado por Alves é o 49, que trata
das competências do Congresso. O texto prevê a fixação de subsídios
idênticos para deputados federais, senadores, presidente e
vice-presidente da República. No entanto, não há obrigatoriedade de se
fazer reajustes no fim de cada legislatura.
Efeitos. Um novo projeto de decreto
legislativo com a previsão do reajuste deve ser colocado em pauta nos
próximos dias. Se aprovado, poderá ter efeito cascata nos Legislativos
de todo o País, uma vez que a Constituição prevê que os deputados
estaduais podem receber até 75% do recebido pelos federais.
"Estou apenas esperando a costura com o Executivo e com o
Judiciário para fazer em conjunto a votação. Quero fazer uma coisa
combinada", disse Alves. Além da Câmara, a proposta precisa passar pelo
Senado. A pressa dos congressistas se deve ao fato de que o reajuste
precisa ser inserido no projeto de Lei Orçamentária de 2015, que deverá
ser votado antes do recesso, marcado para 22 de dezembro.
O impacto estimado aos cofres públicos só com o aumento para
os deputados é de R$ 82 milhões em 2015. Nos dois anos subsequentes, o
valor é de R$ 78 milhões. A diferença ocorre porque os 513 deputados
federais têm direito no primeiro ano ao chamado 14.º e 15.º salários,
usados como "benefício" para a mudança para a capital federal.
Para concretizar o aumento, os parlamentares terão antes de
aprovar um aumento para os ministros do Supremo Tribunal Federal, valor
que define o teto constitucional dos salários dos servidores, hoje
fixado em R$ 29,4 mil. Um projeto do Judiciário em tramitação prevê
elevação para R$ 35.9 mil.
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