O presidente Michel Temer
disse nesta sexta-feira (9) que acionou a Polícia Federal e o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao Ministério da Justiça,
para investigar os aumentos de preços da gasolina nos postos de combustível.
Segundo Temer, quando a
Petrobras aumenta o preço nas refinarias, o valor nas bombas de combustível
sobe. Mas, de acordo com o presidente, o valor nas bombas não desce quando a
Petrobras diminui nas refinarias.
Ele deu a declaração ao ser
questionado, numa entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, sobre
os sucessivos
aumentos nos preços dos combustíveis.
O preço médio da
gasolina alcançou R$
4,221 por litro no Brasil na semana passada, de acordo com dados da
Agência Nacional de Petróleo (ANP). Os números da ANP mostram que o valor
cobrado pelo combustível sobe há 14 semanas seguidas nos postos.
"Ainda hoje
determinamos ao Cade e à PF que fiscalize os postos [...] Quando tem aumento, a
bomba registra, quando registra redução, a bomba não registra. Não vamos
permitir. Vamos botar PF e Cade atrás dessa fiscalização para impedir essa
espécie quase de agressão ao consumidor. Essa providência já está sendo
tomada", afirmou o presidente.
O presidente argumentou que,
em seu governo, a Petrobras decidiu aplicar aos combustíveis os preços do
mercado internacional. Por isso, segundo ele, há semanas em que o valor sobe
nas refinarias, mas em outras, desce.
Nesta quinta-feira (8), o
ministro Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência, já havia
informado que pediu formalmente ao presidente do Cade,
Alexandre Barreto de Souza, que inicie uma investigação sobre o preço de
combustíveis para apurar se há cartelização no setor.
Gás de cozinha
Temer também disse que
estuda uma maneira de baratear o preço do gás de cozinha para a população
pobre, que, segundo ele, é quem mais sofre com o aumento no valor do item.
"Estou estudando uma
fórmula de reduzir esse aumento para os mais pobres. Para os mais pobres, o gás
de cozinha tem efeito grande. [A redução] é para logo", disse.
Reforma da Previdência
Em uma nota de zero a dez o
presidente disse que a esperança do governo em aprovar a reforma da Previdência
é de sete. "Hoje é sete, mas eu espero chegar a dez", afirmou o
presidente.
Apesar da luta do governo
para conseguir votos para a reforma, Temer disse que o Legislativo é parceiro
do governo e que acredita na aprovação das mudanças na Previdência.
"Eu fiz do Legislativo
brasileiro um parceiro do governo. Eu fui três vezes presidente da Câmara dos
Deputados e o Legislativo sempre foi tomado como apendice do Executivo. Eu não
eu. Eu fiz do Legislativo um parceiro do governo. E, por isso, nós conseguimos
tudo isso que conseguimos até agora e, se Deus quiser, vamos conseguir também
na Previdência", disse Temer.
O presidente Michel Temer
disse, ainda, que dá para apostar com vantagem na aprovação da reforma.
"Acho que dá pra apostar e apostar com vantagem. Não é importante, digamos
assim, para o meu governo e sim para o país. E mais do que importante para o
país, é importante para os aposentados, para os pensionistas, servidores
públicos", afirmou Temer.
Na avaliação do presidente,
o povo está mais consciente da necessidade da reforma, o que dá força à
proposta dentro do Congresso.
"Eu confio muito que
hoje o povo já está consciente de que é fundamental fazer essa reforma. Porque,
em primeiro lugar, ela não atinge os mais carentes, os mais pobres, aliás,
estão todos preservados. e, naturalmente, como a Câmara dos Deputados e Senado
Federal sempre ecoam a voz do povo, o povo estando a favor, nos conseguiremos
aprovar", concluiu.
O ministro da Secretaria de
Governo, Carlos Marun, afirmou nesta semana que a o governo terá
314 votos para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos
Deputados, a partir da nova versão
da proposta apresentada.
O líder do governo na
Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse nesta quarta-feira (7) que a ideia do
governo é ter a reforma
da Previdência aprovada na Casa até o dia 28 de fevereiro.
'Embate diplomático'
Temer também foi questionado
durante a entrevista sobre a situação da Venezuela, que vive uma forte crise
política, econômica e social. Nesta quinta-feira (8), uma equipe de
ministros visitou Roraima para observar a imigração de
venezuelanos para o estado. De acordo com Temer, o Brasil vive um "embate
diplomático" com o país vizinho.
"Estamos num embate
diplomático [com a Venezuela]. Sabe que presidi o Mercosul e a Venezuela não
foi admitida no Mercosul em face do que está acontecendo lá, e a todo momento
estamos buscando uma ajuda huminatária do Brasil. Discordamos da forma como as
coisas estão caminhando lá", disse Temer.
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