terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Eliseu Padilha nega ter tratado da delação de Lúcio Funaro

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, negou nesta terça-feira (6) em depoimento à Justiça Federal do Distrito Federal ter tratado da delação e soltura de Lúcio Funaro, apontado por investigadores como operador de propinas de políticos do PMDB. Padilha afirmou que a prisão de Funaro não foi assunto de nenhuma reunião no Palácio do Planalto e que não conhece Funaro, delator da Lava Jato.
Eliseu Padilha falou como testemunha de defesa em processo onde o ex-ministro Geddel Vieira Lima é acusado de obstrução de Justiça, pela suposta tentativa de atrapalhar a delação de Lúcio Funaro, quando ele ainda estava em tratativas com a Procuradoria Geral da República.
O depoimento de Padilha aconteceu por videoconferência e durou cerca de 10 minutos. Padilha respondeu perguntas dos advogados de Geddel e do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, e foi dispensado.
Questionado sobre sua relação com Geddel, Padilha disse que sempre teve no ex-ministro uma pessoa correta. "Eu conheço Geddel desde quando cheguei em Brasilia em 1995, fomos deputados juntos até 2010, sempre tive nele uma pessoa correta, que cumpria com suas obrigações", disse.
Padilha disse que tomou conhecimento da prisão de Lúcio Funaro pela mídia e que reagiu de forma indiferente à notícia. Questionado se solicitou aos advogados alguma sondagem sobre a delação de Lúcio Funaro, Padilha disse que não tinha advogado à época.
Ainda nesta terça-feira (6), o ex-ministro Geddel Vieira Lima também vai prestar depoimento à Justiça Federal. Após os depoimentos de Padilha e Geddel, a ação entrará na fase final. Acusação e defesa poderão solicitar novas diligências. Se não o fizerem, as partes apresentarão suas alegações finais e, em seguida, o processo estará pronto para decisão do juiz do caso.

Obstrução de justiça

Segundo as investigações, Geddel fez contatos telefônicos constantes com a esposa de Funaro, Raquel Albejante Pitta. Procuradores dizem que o objetivo de Geddel era sondar como estava o ânimo do doleiro e garantir que ele não fornecesse informações às autoridades referentes às operações Cui Bono e Sépsis, da Polícia Federal (PF).
Geddel foi preso pela primeira vez em julho de 2017. Dias depois, o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), autorizou o ex-ministro Geddel Vieira Lima a deixar o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para cumprir prisão domiciliar.
Atualmente, Geddel está preso em regime fechado por causa de uma segunda investigação: a origem dos R$ 51 milhões encontrados em malas e caixas em um apartamento em Salvador, atribuído a ele. Geddel foi preso em setembro de 2017, em Salvador.



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