O ministro da Casa Civil,
Eliseu Padilha, negou nesta terça-feira (6) em depoimento à Justiça Federal do
Distrito Federal ter tratado da delação e soltura de Lúcio Funaro, apontado por
investigadores como operador de propinas de políticos do PMDB. Padilha afirmou
que a prisão de Funaro não foi assunto de nenhuma reunião no Palácio do
Planalto e que não conhece Funaro, delator da Lava Jato.
Eliseu Padilha falou como
testemunha de defesa em processo onde o ex-ministro Geddel Vieira Lima é
acusado de obstrução de Justiça, pela suposta tentativa de atrapalhar a delação
de Lúcio Funaro, quando ele ainda estava em tratativas com a Procuradoria Geral
da República.
O depoimento de Padilha
aconteceu por videoconferência e durou cerca de 10 minutos. Padilha respondeu
perguntas dos advogados de Geddel e do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara
Federal de Brasília, e foi dispensado.
Questionado sobre sua
relação com Geddel, Padilha disse que sempre teve no ex-ministro uma pessoa
correta. "Eu conheço Geddel desde quando cheguei em Brasilia em 1995,
fomos deputados juntos até 2010, sempre tive nele uma pessoa correta, que
cumpria com suas obrigações", disse.
Padilha disse que tomou
conhecimento da prisão de Lúcio Funaro pela mídia e que reagiu de forma
indiferente à notícia. Questionado se solicitou aos advogados alguma sondagem
sobre a delação de Lúcio Funaro, Padilha disse que não tinha advogado à época.
Ainda nesta terça-feira (6),
o ex-ministro Geddel Vieira Lima também vai prestar depoimento à Justiça
Federal. Após os depoimentos de Padilha e Geddel, a ação entrará na fase final.
Acusação e defesa poderão solicitar novas diligências. Se não o fizerem, as
partes apresentarão suas alegações finais e, em seguida, o processo estará
pronto para decisão do juiz do caso.
Obstrução
de justiça
Segundo as
investigações, Geddel fez contatos telefônicos constantes com a
esposa de Funaro, Raquel Albejante Pitta. Procuradores dizem que o
objetivo de Geddel era sondar como estava o ânimo do doleiro e garantir que ele
não fornecesse informações às autoridades referentes às operações Cui Bono e
Sépsis, da Polícia Federal (PF).
Geddel foi preso pela primeira vez em julho de 2017.
Dias depois, o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª
Região (TRF-1), autorizou o ex-ministro Geddel Vieira Lima a deixar o
Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para cumprir prisão
domiciliar.
Atualmente, Geddel está
preso em regime fechado por causa de uma segunda investigação: a origem dos R$
51 milhões encontrados em malas e caixas em um apartamento em Salvador,
atribuído a ele. Geddel foi preso em setembro de 2017, em
Salvador.
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