*Nem luminosa, nem iluminada
a fonte do desejo e dos segredos.
As soturnas, sobre os arvoredos,
em meio à solidão da madrugada.
Num banco frio, uma mulher deitada,
fadiga de cansaços e dos medos.
Do bar, que era "encontros dos aedos,"
restam restos mortais de sua fachada.
Postes sonambulantes na calçada.
Perdido vaga-lume, quase nada,
a vida ascende e apaga, por pirraça.
Desejoso de alguém que a mim se junte,
sequer da noite vejo um transeunte.
O que faço, sozinho, nesta praça?
*Ronaldo Cunha Lima é poeta, autor de várias obras
literárias, além de ex- governador da Paraíba e senador
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