quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Temer defende PMDB com Dilma até 2018, mas não obtém consenso

Evento da sigla teve ato por impeachment e promessa de candidatura própria presidencial


Afonso Benites, El País
Mesmo sem ser consenso no PMDB, o apoio do partido ao Governo Dilma Rousseff (PT) será mantido até 2018. Ao menos é o que disse o presidente da legenda e vice-presidente da República, Michel Temer, nesta terça-feira durante o congresso dos peemedebistas em Brasília. Enquanto discursava, o vice-presidente ouviu cerca de 20 representantes de grupos anti-Dilma, que não são filiados ao PMDB e se infiltraram no evento, gritarem a palavra impeachment e a seguinte frase: “Brasil, pra frente, Temer presidente”. Alguns erguiam cartazes com os dizeres: “Temer, vista a faixa já”.
Ao ter sua fala interrompida, Temer disse de maneira constrangida: “Por enquanto, não. Obrigado. Vamos esperar 2018. Vamos montar um candidato, um grande nome do PMDB. Eu estou encerrando a minha carreira”. Quando questionado por jornalistas sobre a discussão de desembarque do Governo, o peemedebista disse que era algo natural, mas que o seu partido não deixaria o barco petista. “Nós temos de colaborar com o país. Mesmo as pessoas que querem a saída do governo federal querem colaborar com o país”, afirmou.
Michel Temer (Foto: Alex Silva/Estadão)
Michel Temer (Foto: Alex Silva/Estadão)
Em seus quase 20 minutos de discurso, Temer citou o Governo Rousseff apenas uma vez, sem falar o nome da presidenta. Disse também que para o Brasil sair da crise era preciso haver mudanças estruturais, não cosméticas. Pediu, por exemplo, alterações na política econômica (com a criação do orçamento zero) e nas regras de aposentadoria e sugeriu que, sem elas, a previdência brasileira quebra. Voltou a citar ainda a necessidade de um nome para unificar o país. “Não é de hoje que tenho falado em reunificar o pensamento nacional e pacificar a nação. Não é da índole do brasileiro a disseminação do ódio”.

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