Eduardo cozinhou o PSDB até aqui, bem como o PT. Ao dar-se conta afinal que estava sendo cozinhado, o PSDB reagiu
Ricardo Noblat
Quando se trata do PSDB, é melhor conferirmos amanhã se procede de fato o que ele ensaiou ontem.
Ao longo do dia, ensaiou negociar com o governo a aprovação de algumas medidas do ajuste fiscal.
De repente, o partido se deu conta de sua afinidade com a maioria das medidas do ajuste remetido pelo governo ao Congresso.
Foi o próprio Aécio Neves, quando enfrentou Dilma na eleição passada, que advertiu para a necessidade de ajustar a economia.
E foi a própria Dilma, que hoje patrocina o ajuste, que negou a necessidade de se ajustar o que ela dizia que ia bem.
À noite, a bancada de deputados federais do PSDB decidiu por unanimidade assinar uma nota retirando seu apoio a Eduardo Cunha. A nota deverá ser divulgada hoje.
Assim que Eduardo viu-se acuado pela descoberta de suas contas bancárias no exterior, o PSDB sugeriu que se afastasse do cargo de presidente da Câmara.
Mas foi uma sugestão envergonhada. Com a marca da hesitação que caracteriza o PSDB. Não era para valer.
O PSDB prometia a Eduardo maneirar para o lado dele caso ele aceitasse abrir o processo para desalojar Dilma do poder.
Eduardo cozinhou o PSDB até aqui, bem como o PT. Ao dar-se conta afinal que estava sendo cozinhado, o PSDB reagiu.
Dá por perdida a chance do impeachment com Eduardo na presidência da Câmara. Acha que ele se compôs com o governo.
Espera que Dilma se arrebente mais adiante por conta própria ou pela ação da Justiça.
Dilma prepara-se para comer o peru do Natal e beber o champanhe do fim do ano no Palácio da Alvorada.
A depender dos resultados de 2016, passará à História como a presidente da maior recessão econômica enfrentada pelo país desde os anos 30 do século passado.
Terá feito por merecer.
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