Nova etapa é realizada na manhã desta segunda-feira
(16) no RJ e na BA.
Ex-funcionários da Petrobras são alvos desta fase, batizada de Corrosão.
Ex-funcionários da Petrobras são alvos desta fase, batizada de Corrosão.
Adriana JustiDo G1 PR
A Polícia Federal (PF)
realiza desde a madrugada desta segunda-feira (16) a 20ª fase da Operação Lava
Jato no Rio de Janeiro e Bahia. A Justiça expediu 18 mandados,
sendo dois de prisão temporária, 11 de busca e apreensão e cinco mandados de
condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.
As cidades onde os mandados serão cumpridos são Rio
de Janeiro, Rio Bonito, Petrópolis,Niterói, no Rio
de Janeiro, além de Salvador, na
Bahia. Às 8h30, a PF informou que os mandados de prisão já tinham sido
cumpridos. Até este horário, os nomes não tinham sido divulgados.
A atual fase foi batizada de Operação Corrosão e
tem como alvo ex-funcionários da Petrobras. Eles são investigados por
receber valores indevidos de representantes de empresas com contratos
relacionados às refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Pasadena, nos Estados Unidos, segundo a PF.
Os crimes investigados são corrupção, fraude em
licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, dentre outros crimes em
apuração.
Ainda de acordo com os policiais, as investigações
também apontam a atuação de novo operador financeiro identificado como
facilitador na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes da
diretoria de Abastecimento da Petrobras.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode
ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o
investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os
presos serão levados para a Superintendência da PF, emCuritiba.
Investigação
sobre as refinarias
Os investigadores da Operação Lava Jato acreditam que as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, podem ter custado até 20% a mais do que deveriam. Para eles, parte do valore do sobrepreço foi usado para repasses a políticos e partidos.
Os investigadores da Operação Lava Jato acreditam que as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, podem ter custado até 20% a mais do que deveriam. Para eles, parte do valore do sobrepreço foi usado para repasses a políticos e partidos.
A investigação nos documentos do consórcio,
liderado pela construtora Camargo Corrêa,
durou cerca de três meses. Os investigadores analisaram extratos, movimentações
financeiras e e-mails.
Conforme os documentos, a corrupção nas obras de
Abreu e Lima foi cinco vezes maior que em outros contratos investigados na Lava
Jato. De acordo com vários delatores e com relatórios da própria Petrobras, em
outros casos, o desvio chegava em média a 3% dos contratos.
Apenas no contrato de montagem, construção,
fornecimento de suprimentos e aditivos das unidades de coqueamento retardado
foram pagos R$ 648 milhões a mais ao consórcio, segundo um laudo que consta no
processo. Para chegar a essa conclusão, os investigadores analisaram preços que
o consórcio pagava a fornecedores e os valores que revendia à Petrobras. Em
alguns casos, o “lucro” do consórcio chega a 1.600%.
A refinaria de Pasadena, no Texas, é uma unidade de refino de petróleo
que está localizada no Houston Ship Channel, umas das vias navegáveis mais
importantes dos Estados Unidos. A compra pela Petrobras, em 2006, levantou
suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas na negociação.
19ª fase
Deflagrada no dia 21 de setembro, a 19ª fase cumpriu 11 mandados judiciais e prendeu um dos donos da Engevix José Antunes Sobrinho e o suposto lobista ligado ao PMDB João Rezende Henriques. Os dois estão presos.
Deflagrada no dia 21 de setembro, a 19ª fase cumpriu 11 mandados judiciais e prendeu um dos donos da Engevix José Antunes Sobrinho e o suposto lobista ligado ao PMDB João Rezende Henriques. Os dois estão presos.
A ação foi batizada de "Nessum Dorma" e
realizada em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro. A etapa foi
caracterizada como um avanço dos fatos investigados na 15ª, 16ª e 17ª fases.
Conforme o MPF, colaboradores da Lava Jato –
investigados que firmaram acordo de delação premiada – afirmaram que Sobrinho
entrou em contato com testemunhas de acusação na tentativa de afinar os
depoimentos a seu favor.
Além disso, Sobrinho teria realizado pagamentos de
propina já com a operação em curso. O destinatário do dinheiro seria Othon Luiz
Pinheiro, ex-diretor-presidente da Eletronuclear, que está preso.
Já Henriques é tido como o maior operador da área
Internacional da Petrobras descoberto pelas investigações. Ele teve um mandado
de prisão temporária expedido, mas a prisão foi convertida para preventiva, ou
seja, o investigado não tem data para deixar a carceragem.
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