Há movimentação de viaturas da PF na casa do senador em Campo Grande.
PF esteve na casa do senador Delcídio do Amaral (PT) na capital de MS (Foto: Laureane Schimidt/ TV Morena) |
O líder do governo no Senado foi preso nesta manhã pela PF em um hotel em Brasília porque está atrapalhando as investigações da operação Lava Jato.Policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão na casa e no escritório do senador Delcídio do Amaral (PT), em Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (25). Há movimentação de viaturas da PF e policiais no condomínio onde Delcídio mora, no bairro Jardim São Bento, e também no escritório dele, no bairro Jardim dos Estados. A assessoria da PF em Mato Grosso do Sul confirmou a operação para buscas.
A assessoria do senador informou que o advogado dele, Maurício Leite, recebeu uma ligação do Delcídio e embarcou de São Paulo para Brasília para acompanhar o caso. Um dos assessores de imprensa de Delcídio disse aoG1 que acompanha as buscas no escritório do senador.
Segundo a PF, ele teria tentado dificultar a delação premiada de Cerveró sobre uma suposta participação de Delcídio em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Segundo investigadores, Delcídio chegou até a oferecer fuga a Cerveró, para que o ex-diretor não fizesse a delação premiada, o que reforçou para as autoridades a tentativa do petista de obstruir a Justiça.
A prova da tentativa de obstrução é uma gravação feita pelo filho de Cerveró que mostra a tentativa do senador de atrapalhar as investigações e de oferecer fuga para o ex-diretor não fazer a delação.
Histórico
O líder do governo foi citado na Lava Jato na delação do lobista conhecido como Fernando Baiano. No depoimento, Baiano disse que Delcídio recebeu US$ 1,5 milhão de dólares de propina pela compra da refinaria.
O líder do governo foi citado na Lava Jato na delação do lobista conhecido como Fernando Baiano. No depoimento, Baiano disse que Delcídio recebeu US$ 1,5 milhão de dólares de propina pela compra da refinaria.
Em outubro, Delcídio havia negado o teor da denúncia de Baiano e disse que a citação a seu nome era "lamentável".
Delcídio também foi citado em outro contrato da Petrobras, que trata do aluguel de navios-sonda para a estatal. Segundo Baiano, houve um acordo entre Delcídio, o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro Silas Rondeau, também filiado ao PMDB, para dividir entre si suborno de US$ 6 milhões.
O líder do governo havia classificado a denúncia de uma "coisa curiosa" que não tem lógica.
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