Ricardo Noblat
É muito simples: o juiz federal do Paraná Sérgio Moro
informou, na semana passada, ao ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal, que a Polícia Federal apreendeu no escritório do
doleiro preso Alberto Youssef comprovantes de depósitos bancários que
tiveram o senador Fernando Collor (PTB-AL) como beneficiário. São oito
comprovantes de depósitos, que somam R$ 50 mil.
O que fez Collor?
Assomou à tribuna do Senado, ontem, para se dizer vítima de uma campanha
da mídia. Gastou mais da metade do seu discurso criticando a revista
VEJA. Negou que conheça o doleiro. Quanto aos depósitos... Limitou-se a
comentar:
- [...] Tudo precisa ser bem esclarecido, no seu devido
tempo, e no seu devido lugar. Por isso, estou providenciando uma
consulta oficial à Polícia Federal, ao juiz Sérgio Moro e ao Ministro
Teori Zavascki no sentido de ter acesso aos documentos e a todas as
informações que me dizem respeito, a começar pela exata descrição de
como, por quem e em que condições foram achados e vazados os ditos
comprovantes.
Ou
seja: não negou os depósitos, amparados em comprovantes. Está
interessado, apenas, em saber como foram achados e vazados para a
imprensa.
Políticos do tipo de Collor parecem imaginar que sempre conseguirão enganar o distinto público. Não aprendem.
Fernando Collor, senador. Foto: Divulgação
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