Ministério do Trabalho
Carlos Lupi, ministro do Trabalho |
'O Lupi aguenta mais um pouco. Hoje ele está mais forte do que ontem, porque não cometeu erros na Comissão', avaliou ontem o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), repetindo a avaliação de bastidor de uma liderança do PMDB. Ambos observaram que o dia de amanhã é incerto. Mas, se por um lado o ministro não tem mais o apoio fechado dos deputados e senadores pedetistas, por hora ele se sente 'calçado' pelo Palácio do Planalto, que mostra disposição de protelar o quanto puder sua sucessão.
Em jantar na noite de quarta-feira com senadores do PDT, Lupi falou sobre seu encontro com Dilma horas antes. Contou que a presidente foi explícita quanto ao desejo de que ele ficasse no governo e que teria lhe dito que aguardaria os esclarecimentos e não tomaria a iniciativa de demiti-lo.
Neste mesmo tom ele se reuniu com a cúpula do PDT na Câmara ontem cedo, ainda no ministério. Foi cerca de uma hora de conversa antes do depoimento no Senado, da qual participaram o presidente em exercício do partido, deputado André Figueiredo (CE), além dos deputados Brizola Neto (RJ), Vieira da Cunha (RS) e Paulo Pereira da Silva (SP) - o Paulinho da Força.
Lupi antecipou a estratégia de buscar serenidade e evitar os arroubos que lhe prejudicaram na fala à Câmara. Brizola Neto foi o único que se queixou de o partido não ter se reunido mais, desde que surgiram fatos novos nas denúncias contra Lupi.
O deputado (Brizola Neto) admitiu que o ministro não esclareceu as denúncias do uso do avião providenciado por uma ONG que tem contratos com o ministério. Mas ficou sozinho na tese de que o partido deveria se reunir.
'Temos a convicção de que cabe à presidente Dilma dizer até quando precisa do ministro', disse André Figueiredo, que na véspera aconselhara Lupi a deixar o cargo. 'Se ele já disse que não sai, reunião para continuar tudo como está não precisamos fazer', concordou o senador Cristovam Buarque.
Bastidores: Christiane Samarco / estadao.com.br
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