Vista de La Paz, Bolívia: importações chinesas para a Bolívia alcançaram no ano passado US$ 1,8 bilhão
Da EFE
La Paz - A China se transformou em 2014 na maior fonte de importação para a Bolívia,
colocando o Brasil em segundo plano, país que até 2013 foi o principal
fornecedor de produtos para o mercado boliviano, informou Instituto
Nacional de Estatística (INE).
As importações chinesas para a Bolívia alcançaram no ano passado US$
1,8 bilhão, o que representar um aumento de 44,4% com relação a US$ 1,2
bilhão registrado em 2013, conforme relatório INE.
A Bolívia também comprou produtos do Brasil por um valor de US$ 1,6
bilhão, 3,3% a mais do que o US$ 1,5 bilhão de 2013; e importou
mercadorias dos Estados Unidos por US$ 1,2 bilhão, 5,3% acima do US$ 1,1
bilhão do ano anterior.
O valor total das importações do país em 2014 foi de US$ 10,4 bilhões,
sendo que as compras de produtos da China representaram 17,2%; as do
Brasil, 15,7% e as dos EUA, 11,7%. Em 2013, as importações chinesas
representaram 13,4% do total importado pela Bolívia; as compras de
produtos brasileiros, 17,1% e as de mercadoria americanas, 12,4%.
Em declarações à Agência Efe, o gerente do Instituto Boliviano de
Comércio Exterior (IBCE), Gary Rodríguez, destacou que a forte presença
da China no comércio internacional "não é de se estranhar", pois o
desenvolvimento do gigante asiático está sustentado, sobretudo, por suas
exportações.
Segundo o analista, a manufatura chinesa se baseia na fraqueza de sua
moeda e na competitividade de sua mão-de-obra, mas também no fenômeno da
"descentralização produtiva", ao abrigar em seu território diversas
marcas, principalmente da União Europeia e dos EUA, que buscam se
beneficiar das vantagens produtivas desse país.
"A China se transformou em uma dor de cabeça para todo o mundo pela
incursão de suas manufaturas, que já não é como nos anos 80 apenas com
calçados e têxteis, mas também agora com produtos tecnológicos de
ponta", disse Rodríguez.
Para ele, nem a América Latina nem a Bolívia ficaram à margem desta
crescente presença de produtos chineses, e no caso do país andino,
aumentaram as importações nos setores automotivo, de telecomunicações e
agroquímico.
Segundo Rodríguez, as compras de produtos chineses afetam os produtores
locais de têxteis, calçados e madeira, mas nas demais áreas é possível
dizer que "as importações chinesas são complementares" às necessidades
da Bolívia.
"De alguma forma vieram para "democratizar" o acesso a certos bens que
poderiam se classsificados como "de luxo", não apenas pelos preços mais
baixos, como também pelas condições de financiamento para adquiri-los.
Esperamos que continue a ascensão das importações desse país", disse
Rodríguez.
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