O Ministério da Saúde
(MS) informou, nesta terça-feira, que o Amazonas vive uma epidemia de aids. O
Estado concentra 30,7% dos casos acumulados na Região Norte e 1,6% dos
identificados no Brasil. O alerta foi feito durante divulgação dos dados
regionais da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População
Brasileira (PCAP).
Segundo
a PCAP, na região Norte 87% das pessoas sabem da importância do uso do
preservativo, mesmo assim, 50% da população sexualmente ativa não fez uso da
camisinha em todas as relações sexuais com parceiros casuais, no último ano. A
meta do MS com a divulgação do PCAP, é evitar a propagação do vírus HIV durante
o Carnaval 2015.
Conforme
o balanço do MS, no ano de 2002, o Amazonas era o 12º no ranking nacional
passando para 2º no ano de 2012. Neste último ano, a taxa de detecção do Estado
foi de 29,2 casos por 100 mil habitantes, sendo 44,7% maior que a taxa do País.
Entre 1983 a junho de 2014, o Estado registrou 13.213 casos de aids, 1.176
apenas no ano passado, de acordo com o MS.
Estes
indicadores motivaram o Ministério da Saúde, em meados de 2014, a instalar uma
Cooperação Interfederativa (Força Tarefa), especificamente para enfrentar, de
maneira diferenciada a aids no Amazonas. O documento estabelece uma série de
metas, entre elas a redução dos óbitos por aids e por co-infecções (quando o
organismo sofre com duas ou mais doenças ao mesmo tempo); ações de prevenção
para populações vulneráveis e o aumento da capacidade e eficiência dos serviços
de saúde.
A
diretora-presidente da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado
(FMT-HVD), Graça Alecrim, destacou que a importância do uso do preservativo nas
relações sexuais está mais uma vez sendo reforçada pelo Ministério Saúde, como
a melhor forma de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. “É um
dado muito preocupante saber que as pessoas ainda evitam a camisinha. Isso tem
reflexo no aumento no número de casos das DSTs e de pessoas com HIV positivo”,
disse.
Campanha
Pela
primeira vez, a estratégia do Ministério da Saúde prevê a extensão da campanha,
além do Carnaval, com adaptações, para festas populares, como São João e outros
eventos, em todo o País, durante todo o resto do ano. A mensagem geral da
campanha é informar o jovem para se prevenir contra o vírus da aids, usar
camisinha, fazer o teste e, se der positivo, começar logo o tratamento,
reforçando o conceito ‘camisinha + teste + medicamento’ de prevenção combinada.
Serão
cerca de 129 mil cartazes em quatro versões ‘segmentados para a população
jovem, travesti e jovem gay’ um spot de rádio, 315 mil folders explicativos da
prevenção combinada e um vídeo para TV. Os materiais reforçam o slogan final
usando a gíria “# partiu teste”, linguagem típica desta faixa etária
prioritária.
No
Amazonas, a Coordenação Estadual de DST/Aids e Hepatites Virais, pretende
distribuir 1,2 milhão preservativos durante as festas carnavalescas este ano.
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