sexta-feira, 5 de agosto de 2011

AUSÊNCIA BREVE

*Ronaldo Cunha Lima

Nada sei dessa angústia que me invade,
desde quando ela se foi, daquele hora,
quando disse até breve e foi embora,
deixando um não-sei-quê de ansiedade.

A casa está menor, pela metade,
parece até que nela ninguém mora.
A rede no terraço lá de fora,
de quando em vez balança de saudade.

Nada sei de meus olhos de mendigo,
dessa dor sem doer, mas eu predigo
ser coisa de feitiço ou de lundum.

Já não durmo parece até castigo:
sinto sono e me deito e não consigo,
nessa cama de dois, faltando um.

É poeta e ex-governador da Paraíba

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