terça-feira, 19 de julho de 2011

PAZ EM ISRAEL

Liége Farias
Foi numa bela tarde, em outubro de 2000, que minha sobrinha Eline tomou o avião rumo ao Oriente Médio. Seu destino: Israel. Fui deixá-la no aeroporto e confesso que eu estava altamente assustada com aquele itinerário.
Os conflitos entre os palestinos e israelenses já estavam em efervescência. Era o início da intifada. Ela não ignorava este fato, eu também não, muito pelo contrário, causava-me espanto a coragem daquela jovem médica que bravamente iria pisar pela segunda vez em solo judaico. Só que daquela vez o contexto era outro, o clima era de tensão: árabes e judeus recomeçavam uma guerra que estava adormecida.
Sei que em tempos de guerra não se viaja. Principalmente naquelas cercanias, lugares perigosos, recheados de atentados terroristas. O terrorismo surgiu naquela região nos anos 70, tendo o comando de Yasser Arafat que conseguiu ser o centro das atenções mundial. Foi nesta época que o referido "homem do turbante quadriculado" ganhou projeção com uma sangrenta e violenta campanha terrorista contra Israel. Porém, foi nos anos 60 que ele criou o Fatah, movimento guerrilheiro que se tornou a espinha dorsal da OLP.
Se eu fosse alheia a todo esse cenário, talvez por pura ignorância, teria encarado
a viagem da Eline com tranquilidade. Como poderia ficar serena com esses ingredientes ácidos dentro do roteiro da minha sobrinha?
À noite, senti meu coração acelerar quando liguei a tv a cabo e dei de cara com notícias de que os conflitos entre palestinos e israelenses haviam evoluídos,com um saldo enorme de mortos. Estremecí!
Meu Deus,fiquei preocupada: não somente eu - toda a família começou a telefonar entre si.
Eline pouco telefonou, duas ou três ligações dizendo estar bem. O ar de inquietação pairava no ar. Era só ligar a televisão e...haja noticiário da CNN sobre mortos e feridos. E haja aflição na família!
O Oriente Médio estava buliçoso e lançava raios de temor sobre o mundo. Uma coisa trazia sossego ao meu espírito, o fato da minha sobrinha está cercada por pessoas evangélicas,pastores,pessoas aconchegadas ao Senhor. Discípulos de Jesus Cristo.
Enfim, após uns quinze dias, Eline anunciou a sua chegada. E chegou! Veio sorridente e feliz. E disse-me ter sentido uma imensa paz.Enquanto Arafat e Barak, o então Primeiro Ministro de Israel, não chegavam a um acordo, enquanto israelenses e palestinos continuavam matando-se, a jovem médica sentiu uma incomensurável paz: Paz em Israel.
Liége Farias é graduada em Letras e cronista literária

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