Decisão judicial é para ser cumprida; não questionada. Mas que há muitas controversias na decisão do guardião da Constituição, ah, isso há!
Começo minha crônica de hoje desse modo para abordar a incoerência dos Ministros do STF que, ao mesmo tempo em que liberaram as “Marchas da Maconha”, proibiram-na no mesmo dia para o “uso medicinal” e mantiveram a ilegalidade do uso de maconha durante essas passeatas! Incoerência pura!
Lembro-me da parodia de uma música de Dom & Ravel, dos anos 70 que, na minha infância, por puro protesto mesmo, cantávamos assim: “A maconha no Brasil foi liberada, lá, lá, lá/ Até o presidente já fumou/ lá, lá, lá...”
Nessa época, nem sabíamos o que era maconha! Mas cantávamos assim mesmo! Em pequenas rodas de colegas de escola, porque poderia ter algum informante do Serviço Nacional de Inteligência – SNI, temido por muitos na época do Governo Militar no Brasil.
Participantes dessas passeatas em favor da legalização da maconha ou são usuários ou ex-usuários de maconha, usada largamente durante os chamados “Anos de Chumbo” do Governo Ernesto Geisel, sob os mais diversos argumentos: “abrir mais a memória, produzir mais, escrever mais, enfim...”
Tenho conhecimento que diversos de nossos ídolos de infância que cultivávamos como Deuses nessa época, foram ou ainda são usuários de maconha. Tudo não passava de uma forma de protesto contra o Governo Militar!
Além disso, em todas as passeatas, são usadas plantas de maconha como símbolo. Alguém tem alguma dúvida que isso é uma apologia ao uso?
Constitucionalmente, não pode haver censura ao livre pensamento, isso é cláusula pétrea, ou seja, não pode ser modificada!
Concordo com isso, porque fui vítima da censura militar quando publiquei meu primeiro livro de poesias! Tive que mandar à análise da censura todos os textos originais dos poemas que comporiam meu primeiro livro, que teve sua maior parte censurada. Tentei publicar meu segundo livro. Foi censurada toda a obra que teria como título: “Sem Pátria/Sem Bandeira”. Na capa, mandei desenhar duas bandeiras do Brasil, uma para cima e a outra enterrada em uma praia. Por tudo isso, concordo que não deve haver censura de pensamento!
Só que defender o uso da maconha é outra coisa! É uma livre manifestação de opinião sobre uma coisa que a Lei ainda proíbe. Só deixo perguntas para que os Ministros: Por que não liberaram o uso da maconha para fins medicinais? Quem vai fiscalizar para saber se durante as marchas pela legalização da maconha, não haverá o uso dela também? Como ficará o combate ao uso dessa droga pela Polícia? E se durante as marchas alguém consumir a maconha, o que é quase certo que acontecerá por razões óbvias; o que vai acontecer se ele alegar que estava só fazendo sua livre manifestação e usando a maconha?
Respeito a decisão judicial, mas que há muita incoerência nessa decisão, ah, isso há!
Carlos Costa é jornalista e Assistente Social
Começo minha crônica de hoje desse modo para abordar a incoerência dos Ministros do STF que, ao mesmo tempo em que liberaram as “Marchas da Maconha”, proibiram-na no mesmo dia para o “uso medicinal” e mantiveram a ilegalidade do uso de maconha durante essas passeatas! Incoerência pura!
Lembro-me da parodia de uma música de Dom & Ravel, dos anos 70 que, na minha infância, por puro protesto mesmo, cantávamos assim: “A maconha no Brasil foi liberada, lá, lá, lá/ Até o presidente já fumou/ lá, lá, lá...”
Nessa época, nem sabíamos o que era maconha! Mas cantávamos assim mesmo! Em pequenas rodas de colegas de escola, porque poderia ter algum informante do Serviço Nacional de Inteligência – SNI, temido por muitos na época do Governo Militar no Brasil.
Participantes dessas passeatas em favor da legalização da maconha ou são usuários ou ex-usuários de maconha, usada largamente durante os chamados “Anos de Chumbo” do Governo Ernesto Geisel, sob os mais diversos argumentos: “abrir mais a memória, produzir mais, escrever mais, enfim...”
Tenho conhecimento que diversos de nossos ídolos de infância que cultivávamos como Deuses nessa época, foram ou ainda são usuários de maconha. Tudo não passava de uma forma de protesto contra o Governo Militar!
Além disso, em todas as passeatas, são usadas plantas de maconha como símbolo. Alguém tem alguma dúvida que isso é uma apologia ao uso?
Constitucionalmente, não pode haver censura ao livre pensamento, isso é cláusula pétrea, ou seja, não pode ser modificada!
Concordo com isso, porque fui vítima da censura militar quando publiquei meu primeiro livro de poesias! Tive que mandar à análise da censura todos os textos originais dos poemas que comporiam meu primeiro livro, que teve sua maior parte censurada. Tentei publicar meu segundo livro. Foi censurada toda a obra que teria como título: “Sem Pátria/Sem Bandeira”. Na capa, mandei desenhar duas bandeiras do Brasil, uma para cima e a outra enterrada em uma praia. Por tudo isso, concordo que não deve haver censura de pensamento!
Só que defender o uso da maconha é outra coisa! É uma livre manifestação de opinião sobre uma coisa que a Lei ainda proíbe. Só deixo perguntas para que os Ministros: Por que não liberaram o uso da maconha para fins medicinais? Quem vai fiscalizar para saber se durante as marchas pela legalização da maconha, não haverá o uso dela também? Como ficará o combate ao uso dessa droga pela Polícia? E se durante as marchas alguém consumir a maconha, o que é quase certo que acontecerá por razões óbvias; o que vai acontecer se ele alegar que estava só fazendo sua livre manifestação e usando a maconha?
Respeito a decisão judicial, mas que há muita incoerência nessa decisão, ah, isso há!
Carlos Costa é jornalista e Assistente Social
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