Por Ronaldo Cunha Lima
Porque sentimentais, quase abstratos,
os meus bens a dispor em testamento,
às mulheres que amei nalgum momento
deixo os meus versos junto aos seus retratos.
Aos meus irmãos eu deixo os meus sapatos,
mas que não andem, nem por pensamento,
os caminhos que andei seguindo o vento
nos rumos de meus gestos insensatos.
A cada amigo meu, uma oração.
Aos inimigos deixo o meu perdão,
perdão com que a mim me perdoei.
Aos meus filhos e netos, minha história,
para que guardem sempre na memória
o quanto pela vida eu os amei.
* Soneto dedicado a Glória, pela gaveta abarrota de lembranças e saudades.
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