O procurador especial da Coreia do Sul pediu a prisão do chefe do Samsung Group, maior conglomerado do país, acusando-o de pagamento de milhões de dólares em propinas para uma amiga da presidente sul-coreana afastada, Park Geun-hye.
Investigadores interrogaram o chefe da Samsung, Jay Y. Lee, por 22 horas seguidas na semana passada por suspeita de envolvimento no escândalo de corrupção, que no mês passado levou o Parlamento a aprovar o impeachment de Park. O impedimento agora depende de decisão da Suprema Corte do país.
A procuradoria especial acusou Lee de pagamento de propinas no total de US$ 36,42 milhões a organizações ligadas a Choi Soon-sil, uma amiga da presidente que está no centro do escândalo, para assegurar a fusão em 2015 de duas unidades do conglomerado.
Choi Soon-sil, amiga íntima da presidente, é acusada de ter extorquido, com a cumplicidade de Park, dezenas de milhões de dólares dos principais grupos empresariais do país asiático através de duas fundações, se apropriando de parte dos fundos.
Os investigadores acreditam o grupo Samsung assinou um contrato no valor de 22 bilhões de wons (cerca de US$ 18,3 milhões) com uma empresa com sede na Alemanha, propriedade de Choi, e além disso, apoiou financeiramente sua filha, que se dedica ao hipismo, para que treinasse no país e comprasse novos cavalos.
Alguns sugerem que o contrato foi assinado em troca do apoio do fundo de pensão estatal - cujo presidente foi detido em dezembro por sua suposta participação no escândalo - a um importante acordo de fusão entre as filiais da Samsung em 2015.
A equipe de investigadores procura determinar se o gabinete presidencial pressionou o fundo público para apoiar a fusão em troca de favores da Samsung para Choi.
Lee, de 48 anos e que se tornou o chefe da Samsung após seu pai, Lee Kun-hee, ser incapacitado por um ataque cardíaco em 2014, também foi acusado de apropriação indevida e perjúrio, de acordo com o pedido de mandado de prisão feito pela procuradoria.
A Samsung, cujas companhias geram 230 bilhões de dólares em receita, equivalente a cerca de 17% da economia da Coreia do Sul, negou a acusação de que Lee teria pago propinas.
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