O governador do Amazonas, José
Melo, solicitou apoio da Força Nacional de Segurança Pública ao Ministério da
Justiça neste domingo (8). O pedido ocorre após a solicitação de ajuda da Força Integrada
de Atuação do Sistema Penitenciário, também feita neste fim de
semana. O fato ocorre uma semana após o início de uma série de ocorrências em
presídios de Manaus, como o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim
(Compaj), que resultou em 56 mortes.
O ofício com o pedido foi
encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes e ressalta que o reforço de pessoal
e equipamentos é "fundamental para auxiliar o Estado a enfrentar a crise
no sistema penitenciário".
“O trabalho que está sendo
feito desde o dia 1º de janeiro, não só no sistema prisional em si, mas ainda
na busca incessante de captura de foragidos e no aumento do policiamento
investigativo e ostensivo nas ruas de Manaus e no interior do Estado, está
levando os envolvidos (Polícia Militar, Civil, Secretaria de Segurança Pública
e inteligência) a limites preocupantes, do ponto de vista físico e
psicológico”, diz Melo, em trecho do ofício N 016/2017-GE.
Segundo o governador, o
problema no sistema penitenciário "não é isolado". É um problema
nacional cuja resolução depende da união de todos. “Diante do fato novo, do
limite em que se encontram os integrantes do sistema e da recomendação feita
pelo Comitê de Crise em conjunto com o Ministério Público Estadual, solicitamos
o envio da Força Nacional, sem prejuízo das demais solicitações”, disse.
No sábado (7), o governo do
Amazonas já havia solicitado o Ministério da Justiça apoio da Força Integrada
de Atuação do Sistema Penitenciário, vinculada ao Departamento Penitenciário
Nacional (Depen), que atua no ordenamento de unidades prisionais. O pedido
ocorre após notificação do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM). O
órgão encaminhou ao governador José Melo (PROS) uma série de recomendações com
medidas para conter a crise no sistema penitenciário. Entre as ações previstas,
está o envio da Força Integrada de Atuação no Sistema Penitenciário.
Rebeliões
e fugas
A rebelião que aconteceu no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como "o maior massacre do sistema prisional" do Estado. Ao todo, 56 foram mortos. Na tarde de segunda (2), outros quatro presos morreram na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus.
A rebelião que aconteceu no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como "o maior massacre do sistema prisional" do Estado. Ao todo, 56 foram mortos. Na tarde de segunda (2), outros quatro presos morreram na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus.
A polícia do Amazonas apontou sete presos como líderes do massacre.
Documentos o Ministério Público Federal (MPF) dizem que estes líderes têm
estreita relação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc.
Segundo o MPF, os traficantes brasileiros teriam comprado pistolas, fuzis e
submetralhadoras do mesmo fornecedor de armas do grupo de guerrilha colombiano.
Diversos relatórios elaborados
antes da rebelião já apontavam risco iminente no presídio de Manaus. Um texto
do setor de inteligência da Secretaria de Segurança alertava para um plano de
fuga no regime fechado do Compaj. Além disso, apontava que oito armas de fogo
tinham entrado no presídio na semana anterior ao Natal por meio de visitantes e
com o ajuda de agentes.
Documentos emitidos pela
administradora do presídio, a Umanizzare, alertava para o risco de se permitir
visitas no fum do ano aos presos. O governo estadual havia permitido que cada um dos
mais de 1,2 mil presos pudessem receber ao menos um acompanhante no Natal e no
Ano Novo. No dia 27 de dezembro, quatro dias antes da rebelião, a
empresa ainda pediu providências imediatas porque, no dia 24, com autorização
da secretaria do governo, os horários de visitas não foram respeitados, o que
prejudicou a revista de celas e a contagem de presos.
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