Um documento da Justiça suíça
detalha como o deputado cassado Eduardo Cunha, do
PMDB, teria recebido o equivalente a R$ 4 milhões em propina depositada numa
conta do país. Cunha, que está preso, já responde a essa acusação na Justiça
brasileira.
A reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”
destacou que a Justiça suíça vê indícios concretos de que Eduardo Cunha se
envolveu num esquema de corrupção.
A TV Globo também teve acesso ao documento do
Tribunal Penal Federal, de novembro passado. Nele, os juízes explicam por que
negaram o pedido para desbloquear contas na Suíça relacionadas a um negócio
suspeito da Petrobras no Benin,
em 2011.
A Justiça suíça deu detalhes de como parte do
dinheiro investido pela Petrobras no
país africano foi parar numa conta da Suíça. No texto, a
Justiça não cita o nome de Eduardo Cunha.
Mas ao se referir ao beneficiário da conta,
identificado pela letra N, diz que ele é ex-presidente da Câmara dos Deputados.
O documento aponta o caminho do dinheiro: a
Petrobras pagou US$ 34,5 milhões em maio de 2011, pela exploração de uma área
conhecida como bloco 4. O valor é o equivalente a R$ 111 milhões.
As autoridades suíças afirmam que, depois do
negócio, 1,311 milhão francos suíços foram transferidos para uma conta que
teria como beneficiário de fato, Eduardo Cunha.
O mesmo valor de 1,311 francos suíços -
equivalente a R$ 4,1 milhões - consta em documentos do Ministério Público
Brasileiro.
Segundo a Lava Jato, em maio e junho de 2011
foram realizadas cinco transferências bancárias para uma conta cujo
beneficiário era Eduardo Cunha.
As autoridades suíças usam letras para se
referir aos participantes da operação. Por esse esquema, a pessoa identificada
como I repassou dinheiro a N, que seria Eduardo Cunha, e a F. Os pagamentos a N
teriam sido feitos por meio de D.
A Lava Jato afirma que o empresário português
Idalécio Oliveira pagou propina a Eduardo Cunha e ao ex-diretor da Petrobras
Jorge Zelada. Os pagamentos a Eduardo Cunha teriam sido feitos pelo operador
João Augusto Henriques. Eduardo Cunha, Jorge Zelada e João Henriques estão
presos.
As conclusões da Justiça suíça ajudaram a
sustentar as denúncias do Ministério Público Federal no Brasil. Na Lava Jato,
Eduardo Cunha é réu em dois processos. Na ação sobre o campo de petróleo no
Benin, já foram ouvidas testemunhas de acusação e de defesa. Cunha será
interrogado pelo juiz Sérgio Moro em fevereiro.
A defesa de Eduardo Cunha vai se manifestar
apenas no processo.
A defesa de Jorge Zelada disse que só vai se
manifestar quando tiver acesso ao documento.
Fonte: G1
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