A Polícia Civil
confirmou que já foram identificados 36 corpos das vítimas do massacre no
Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Desse número, 30 morreram
degolados. A rebelião no Compaj entre domingo (1º) e segunda-feira (2) resultou
em 56 mortes.
Dos 36 corpos
identificados, dez corpos foram - seis deles já estão com as respectivas
famílias e os outros quatro permanecem na sede do Instituto Médico Legal (IML),
em Manaus. Além dos 36 do Compaj, outros três
corpos de mortos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) já foram
identificados. Ainda não há confirmação da causa da morte deles.
O processo de
identificação de todos os corpos pode levar até um mês, informou o Departamento
de Polícia Técnico-Científica do Amazonas (DPTC)
em coletiva realizada nesta terça-feira (3) no IML. A polícia ainda trabalha na
identificação de 20 vítimas do massacre e uma da UPP. Ao todo, 56 pessoas
morreram na rebelião ocorrida entre o domingo (1º) e a segunda-feira (2).
Segundo o
órgão, a identificação dos corpos ocorreu por meio de impressão digital, arcada
dentária e DNA. Os presos já identificados apresentaram fraturas, dilacerações
ou degola
O diretor do
DPTC, Jefferson Mercedes, disse que é "atípico" ter que identificar
tantos corpos em pouco tempo. "Classificamos isso como um evento onde é
preciso fazer a identificação de vítimas de um determinado desastre em massa.
Adotamos um padrão utilizado internacionalmente: primeiro identificar os corpos
através da impressão digital. Não conseguindo, tentamos através da arcada
dentária, com ajuda do odontograma concedido pela Seap. A partir daí, se não
conseguirmos recorremos ao DNA, que é um exame mais demorado e que demanda uma
técnica mais apurada", explicou.
Entenda o caso
O primeiro tumulto nas unidades prisionais do estado ocorreu no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Um total de 72 presos fugiu da unidade prisional na manhã de domingo (1º).
Horas mais
tarde, por volta de 14h, detentos do Compaj iniciaram uma rebelião violenta na
unidade, que resultou na morte de 56 presos. O massacre foi liderado por
internos da facção Família do Norte (FDN).
A rebelião no
Compaj durou aproximadamente 17h e acabou na manhã desta segunda-feira (2).
Após o fim do tumulto na unidade, o Ipat e o Centro de Detenção Provisória
Masculino (CDPM) também registraram distúrbios.
No Instituto,
internos fizeram um "batidão de grade", enquanto no CDPM os internos
alojados em um dos pavilhões tentaram fugir, mas foram impedidos pela Polícia
Militar, que reforçou a segurança na unidade.
No fim da
tarde, quatro presos da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste
de Manaus, foram mortos dentro do presídio. Segundo a SSP, não se tratou de uma
rebelião, mas sim de uma ação direcionada a um grupo de presos.
Fonte: G1
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