Ontem amei amores de menino;
fui desatento, banal, inadimplente.
Hoje eu amo de forma diferente,
como quem paga dívida do destino.
E decanto esse amor, precanto hino
de louvor à mulher, mesmo que ausente,
mesmo distante de mim o ser presente
nas visões do querer que descortino.
Ontem amei demais, mas não fui eu,
esse amante, que fui, já se perdeu
nas sendas servas de incontinência atroz.
Hoje pago ao destino o amor desfeito,
que permanece vivo no meu peito,
sacrário de seu vulto e de sua voz.
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