Não posso, ainda, caminhar sozinho,
poderei,de repente, tropeçar.
Eu preciso de alguém para ajudar
a completar meus passos no caminho.
Preciso um pouco mais, mais pouquinho
de força que reforce o meu andar,
de quem compreenda, seu eu chorar,
mesmo sem sentir dor, chorar baixinho.
Não posso andar. Porém beijar eu posso.
Graças ao bom Deus, o Senhor nosso,
minhas crenças e fé não se abalaram.
Sem pressa de chegar, não desespero.
Porque um dia, em brave, ainda espero
beijar todas as mãos que me beijaram.
Neste soneto tecido pelo ex-governador e senador da Paraíba RONALDO CUNHA LIMA , o poeta encontrava-se convalescendo de um AVC, e como era boêmio inveterado, vivia a visitar alguns bares de Campina Grande e João Pessoa,onde gostava de prosear com os amigos, sempre levado em cadeira de rodas. por uma das suas enfermeiras prediletas.
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