A presidente Dilma fez um apelo ao Congresso para que aprove em tempo hábil a MP dos Portos, mas há gente na base criticando muito a atuação das ministras Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvatti, das Relações Institucionais.
Elas, juntamente com a própria presidente, são conhecidas ironicamente no Congresso como “as meninas superpoderosas”, um desenho animado americano.
Ao contrário de Florzinha, Lindinha e Docinho, no entanto, nossas três superpoderosas vêm perdendo seus poderes à medida que o tempo passa, e hoje há muito descontentamento entre os deputados com a negociação, e a própria presidente tem sido muito criticada como a principal responsável pela maneira autoritária como o Palácio do Planalto encaminhou ao Congresso essa e outras medidas.
Há a sensação generalizada de que a presidente Dilma não gosta de política, não recebe políticos, não entende as questões políticas e só quer submissão. Não entende, enfim, as necessidades de suas bases. Há por trás dessas críticas preconceitos de parte a parte, fora os erros de ação.
O fato de três mulheres comandarem as ações políticas de um governo centralizador pelas características institucionais do país, mas, sobretudo, pelo estilo autoritário da própria Dilma Rousseff, faz com que floresçam num plenário machista reações de rejeição ao trio.
Por outro lado, há uma clara rejeição de Dilma à negociação política, ao disse me disse que caracteriza a ação de bastidores, aos vazamentos de conversas reservadas no gabinete do Palácio do Planalto, às especulações sobre as escolhas que fará para os tribunais superiores, coisas comuns na atividade política que tiram a presidente do sério. Além do fato de que ela e seu marqueteiro, João Santana, sabem que não gostar de política aumenta sua popularidade.
Por isso sua relação com os partidos da base, inclusive ou principalmente com o PT, é boa na aparência, mas sempre conflituosa. Este é um estranho caso em que um precisa do outro, embora ambos gostassem de não precisar.
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