sexta-feira, 1 de março de 2013

MALUF É AUTORIZADO PELO STF A IR AOS ESTADOS UNIDOS, MAS DESISTE COM MEDO DE SER PRESO

FLÁVIO FERREIRA

Site da Interpol mostra foto de Maluf e pede informações

Apesar de estar na lista de procurados pela Interpol (polícia internacional com 190 países-membros), o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) conseguiu autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para viajar ao exterior.

O pedido foi feito na semana passada, acompanhado de autorização da Câmara dos Deputados, e aceito pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Anteontem à noite, porém, a defesa do deputado federal informou ao STF que ele havia desistido da viagem.

O objetivo da ida de Maluf ao exterior seria representar a Câmara em um evento da ONU (Organização das Nações Unidas) neste mês.


Site da Interpol mostra foto de Maluf e pede informações

Desde 2010, quando ocorreu a inclusão do nome dele no alerta vermelho da Interpol, a defesa de Maluf defende a tese de que a condição de congressista confere imunidade ao deputado --e que, por isso, ele não poderia ser detido fora do país.

Maluf pediu autorização de viagem para Nova York, nos EUA, cidade onde está a Promotoria que pediu a inclusão dele no alerta vermelho da polícia internacional.

Ex-prefeito de São Paulo, Maluf foi acusado de ter enviado ilegalmente para contas nos EUA recursos que teriam sido desviados de obras públicas no Brasil --como a construção da av. Jornalista Roberto Marinho (zona sul).

O pedido de permissão para viajar foi entregue pela defesa do deputado nos autos da ação penal do STF na qual ele e sua mulher são réus --sob a suspeita da prática de crimes financeiros, também ligados às obras da avenida da zona sul paulistana.

O ministro Lewandowski é relator do caso --e por isso recebeu a solicitação de Maluf.

O pedido de autorização do STF não poderia ser um instrumento jurídico para barrar uma eventual ação da Interpol no exterior, mas funciona como uma prestação de contas à Justiça brasileira sobre sua ausência.

A defesa e a assessoria de Maluf foram procuradas pela Folha, mas informaram que não iriam se pronunciar

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