Quero morrer de manhã, vendo as janelas
escancarando o sol, olhando a vida
despertar sem sinais de despedidas.
sem queixume sepulcral das velas.
Quero morrer liberto, sem tutelas,
sem registro dos instante da partida.
Morrer, apenas, descansar da lida,
morrer sem sobressaltos, sem cautelas.
Que as horas sejam calmas, sejas belas,
que a praia amplie o verdejar das telas
que pintei nos meus olhos quando a vi.
Que o sol aqueça a vida lá de fora
no frio de meu rosto e sendo aurora,
ninguém perceber que eu morri.
Ronaldo Cunha Lima, poeta e ex-governador da Paraíba.
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