A procuradora-geral da
República, Raquel Dodge, pediu nesta quinta-feira (14) a prorrogação por mais
60 dias de inquérito que investiga o presidente Michel Temer por conta das
delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht. Também são investigados os
ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia).
O parecer, concordando
com pedido
anterior feito pela Polícia Federal, foi encaminhado ao relator da
Operação Lava Jato no STF, ministro Luiz Edson Fachin. Caberá a ele decidir se
a investigação será ou não prorrogada.
Procuradas, as assessorias
do Palácio do Planalto e do ministro Eliseu Padilha informaram que não irão
comentar o pedido. O G1 aguardava resposta de Moreira Franco até a
última atualização desta reportagem.
O caso se refere a um jantar
no Palácio do Jaburu em maio de 2014, em que se teria
acertado o repasse ilícito de R$ 10 milhões ao MDB. De acordo os
delatores da Odebrecht, teriam participado da reunião Eliseu Padilha, o então
presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, o ex-executivo Cláudio Melo Filho,
e o então vice-presidente Michel Temer.
De acordo com o depoimento
de Cláudio Melo Filho ao Ministério Público Federal (MPF), no encontro, Temer
pediu "direta e pessoalmente" a Marcelo Odebrecht apoio financeiro
para as campanhas do MDB em 2014.
O repasse do dinheiro,
segundo depoimentos dos delatores da Odebrecht, seria uma forma de pagar pelos
interesses da empresa atendidos pela Secretaria de Aviação Civil, comandada
entre 2013 e 2015 por Eliseu Padilha e Moreira Franco, hoje secretário-geral da
Presidência da República.
Sobre esse assunto, o
presidente já admitiu que houve o jantar, mas sempre disse que não falaram de
valores. Quando este depoimento se tornou conhecido, o Palácio do Planalto
divulgou nota informando que o presidente Michel Temer "repudia com
veemência" o conteúdo da delação de Melo Filho.
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