O presidente do Afeganistão,
Ashraf Ghani, anunciou nesta quinta-feira (7) um cessar-fogo temporário
ofertado aos talibãs. Na última segunda (4), cerca de 2 mil líderes religiosos
afegãos pediram ao grupo insurgente que abandone a guerra "ilegítima"
e aceite a oferta de paz do Governo.
"As forças de defesa e
segurança afegãs só param as operações ofensivas contra os talibãs armados e
continuarão atacando o Estado Islâmico e outras organizações terroristas com
apoio estrangeiro e seus cúmplices", afirmou Ghani, em mensagem pelo
Twitter, após um discurso televisionado.
O presidente afirmou que o
cessar-fogo começará na terça-feria (12) e será encerrado no 5º dia do Eid
al-Fitr, festividade muçulmana que marca o fim do mês sagrado do Ramadã, que
será realizada no dia 19 ou 20, dependendo da posição da lua.
"Este cessar-fogo é uma
oportunidade para que os talibãs refletirem sobre sua violenta campanha, que
não está conquistando os corações e mentes dos afegãos, mas está alienando-os
de sua causa", disse Ghani.
O presidente afegão
apresentou a trégua unilateral como a "personificação" do desejo dos
afegãos de encontrar uma resolução pacífica para o conflito armado no país.
O anúncio de Ghani, que
acontece depois que ele em fevereiro apresentou uma ambiciosa oferta de paz aos
talibãs, que incluía seu reconhecimento como partido político ou a libertação
de presos, chega após um decreto religioso ou fátua onde pedia aos talibãs que
encerrem o conflito.
No decreto, classificado
hoje como "histórico" por Ghani, cerca de 2 mil líderes religiosos
asseguram que a guerra no Afeganistão é "ilegítima e não tem nenhum tipo
de justificativa religiosa".
O Afeganistão permanece em
uma situação estagnada de conflito após o final da missão militar da OTAN no
país, que inicialmente facilitou um avanço militar dos talibãs.
O Estado controla cerca de
56% do território, enquanto os talibãs controlam em torno de 11% segundo fontes
americanas.
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