Ricardo Noblat
Um por um, todos os argumentos da defesa de Michel Temer foram desmontados no voto de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), relator na Comissão de Constituição e Justiça da denúncia contra o presidente da República por crime de corrupção passiva apresentada por Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Em dúvida, pró-sociedade”, repetiu Zveiter quase uma dezena de vezes ao se opor, no caso, à máxima de que em “em dúvida, pró-réu”. Bateu duro ao recomendar aos seus colegas de comissão que defiram o pedido do STF de julgar Temer: “Em nada isso significará o enfraquecimento de nossas instituições”. O contrário, segundo ele, é que enfraqueceria.
Caberá aos 66 membros da comissão, a partir da próxima quarta-feira, analisar e aprovar ou não o voto de Zveiter. O provável é que só delibere em definitivo no final da semana. O que decidir será levado ao exame do plenário formado por 513 deputados – ou na próxima semana ou em agosto, depois do recesso do Congresso.
O governo está empenhado em trocar o maior número possível de deputados da comissão favoráveis à aprovação do voto de Zveiter. Até hoje já foram trocados 12 por outros dispostos a votar contra. Somente o PR, presidido por Valdemar Costa Neto, condenado no processo do mensalão, trocou quatro.
Um dos efeitos do voto de Zveiter deverá ser sentido logo mais à noite quando o comando nacional do PSDB se reunir em São Paulo no apartamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No último sábado, Temer telefonou para FHC pedindo para ser recebido por ele. Quer evitar a debandada do PSDB. FHC respondeu que não tinha tempo.
Sergio Zveiter (Foto: André Borges / Estadão)
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