Deputados se reuniram com procurador-geral da República nesta quinta.
Oposição informou que manterá o voto contra Cunha no Conselho de Ética.
Do G1, com informações da TV Globo
O presidente do Conselho de Ética da Câmara,
deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), se reuniu nesta quinta-feira (3) com o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para tratar do que seriam
manobras do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para adiar a decisão do
colegiado no processo contra ele.
Também participaram do encontro o vice-presidente
do conselho, Sandro Alex (PPS-PR), e o
relator do processo contra Cunha, Fausto Pinato (PRB-SP).
Nesta quarta (2), devido à sessão do Congresso
Nacional, o Conselho de Ética adiou pela segunda vez a votação do parecer do
deputado Fausto Pinato (PRB-SP) pela
continuidade do processo que investiga Cunha. Pelo regimento interno, votações
no plenário impedem qualquer deliberação nas comissões da Câmara e do Senado. A
análise do relatório foi remarcada para a próxima terça (8).
Nesta terça (1º), a o colegiado se reuniu por seis
horas e não conseguiu iniciar a votação do relatório de Pinato. Deputados
aliados de Cunha fizeram reiterados questionamentos ao presidente do conselho e
iniciaram discussões para postergar ao máximo o início da análise do parecer.
Além disso, mais de 20 deputados se inscreveram para discursar, o que arrastou
a reunião.
Cunha é acusado de mentir em depoimento à CPI da
Petrobras quando disse, em março, não possuir contas
bancárias no exterior. Documentos do Ministério Público da Suíça demonstram,
porém, a existência de contas no país europeu ligadas ao presidente da Câmara.
De acordo com os relatos dos deputados, Janot está
acompanhando com atenção as ações de Cunha. Janot teria dito, ainda, sobre um
eventual pedido para afasta Cunha da presidência, que é preciso ter provas
robustas.
Para Sandro Alex, é necessário entender qual é o
limite da atuação do presidente da Câmara em relação ao conselho.
"Quero resguardar os trabalhos e a
independência do conselho de ética e também perguntar ao procurador qual é o
limite do exercício do regimento e do uso arbitrário do próprio direito",
disse.
José Carlos Araújo chegou a falar em "coisas
anormais" que ocorreram nas reuniões. "Algumas coisas anormais podem
estar acontecendo aconteceu na penúltima quinta-feira que passou. A sessão que
foi cancelada, mas isso foi tudo que relatamos ao que aconteceu", disse.
Em novembro,deputados da oposição e de partidos
ditos independentes deixaram o plenário da Casa, durante sessão de votação, em
protesto contra tentativas de postergar o processo que investiga Cunha por
suposta quebra de decoro parlamentar.
Além disso, José Carlos Araújo e Sandro Alex
(PPS-PR) disseram que Pinato, relator do
processo que investiga Cunha, foi alvo de “ameaça”.
Oposição
A oposição informou que manterá o voto contra Cunha, apesar de apoiar a decisão
dele de dar início ao processo de impeachment da presidente.
"Não tem nenhuma hipótese que a decisão em relação ao início do processo
de impeachment modifique a postura do DEM e seu voto no Conselho de Ética.
Nosso voto será sempre pela abertura do processo e para o seguimento das
investigações envolvendo o presidente da Casa", disse o líder do DEM na
Câmara, deputado Mendonça Filho (PE).
Para aliados do presidente da Câmara, por outro
lado, a decisão de abrir o processo pode reverter votos no Conselho de Ética.
"O processo do Eduardo correrá com mais
tranquilidade e é lógico que, na medida que ele toma essa posição, ele ganha
votos de outras partes que não tinha antes", afirmou o deputado Paulo
Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como Paulinho da Força.
Reação
Líderes de partidos da base aliada e da oposição ouvidos pelo G1 disseram que vão “reagir” se
o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ou aliados manobrarem para
impedir os trabalhos do Conselho de Ética.
A oposição informou que manterá o voto contra Cunha, apesar de apoiar a decisão dele de dar início ao processo de impeachment da presidente.
"Não tem nenhuma hipótese que a decisão em relação ao início do processo de impeachment modifique a postura do DEM e seu voto no Conselho de Ética. Nosso voto será sempre pela abertura do processo e para o seguimento das investigações envolvendo o presidente da Casa", disse o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE).
Líderes de partidos da base aliada e da oposição ouvidos pelo G1 disseram que vão “reagir” se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ou aliados manobrarem para impedir os trabalhos do Conselho de Ética.
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