quarta-feira, 4 de setembro de 2013

LEMBRANÇAS INSEPULTAS

Algumas das lembranças que deixaste
quase mortas, porém ainda insepultas,
sem demonstrar do tempo algum desgaste,
nas fímbrias de meu peito estão ocultas.

Nessas lembranças tuas, não me indultas
do pecado de amar, se não me amaste,
nem me libertas de ti, se não facultas
que das tuas lembranças eu me afaste.

Aqui e ali, indícios dão de vida,
reabrindo cicatrizes e feridas 
da dor que ficou quando parti :

a ternura suave de um abraço,
as coisas que ficaram no terraço
e aquele seu vestido de organdi ! 

RONALDO CUNHA LIMA, poeta e ex-governador da Paraíba


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