domingo, 21 de abril de 2013

VENEZUELA: PAÍS RACHADO AO MEIO DESAFIA NICOLÁS MADURO

Para analistas e vozes dissidentes no governo, só diálogo com oposição traria estabilidade
Janaína Figueiredo,
Com o resultado das eleições presidenciais do último domingo ainda em dúvida e condicionado a uma auditoria do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), no momento existe apenas uma certeza política na Venezuela: o país está rachado e somente um processo de diálogo entre as duas metades representadas pela revolução bolivariana e seus opositores evitaria uma crise política de consequências imprevisíveis.
Essa é a conclusão à qual chegou até mesmo José Vicente Rangel, ex-vice-presidente e ex-chanceler de Hugo Chávez, considerado um dos intelectuais mais importantes do chavismo.
Em clara disconformidade com o discurso radicalizado do presidente Nicolás Maduro, Rangel afirmou, em artigo publicado pela imprensa local, que “existe uma realidade indiscutível, contundente, que seria um erro negar. Esta não é outra que a evidência de que a sociedade venezuelana está divida em duas metades”.
O problema é que as conclusões de Rangel não estão em sintonia com a alas mais duras do governo, lideradas por Maduro e pelo presidente da Assembleia Nacional (AN), o militar reformado Diosdado Cabello.
As primeiras fissuras dentro do chavismo, opinaram analistas locais ouvidos pelo GLOBO, antecipam tempos turbulentos para uma Venezuela governada por um presidente enfraquecido e uma oposição que deverá pensar muito em como transformar uma derrota eleitoral em vitória política.

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