TECENDO A MANHÃ
Um galo sozinho não tece uma manhã;
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de outro galo
que apanhe o grito que o galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com outros muitos galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galos,
para que o amanhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo entre todos os galos...
João Cabral de Melo Neto passou sete anos elaborando este poema, mas o resultado é surpreendente . O texto é plurisignificativo, propicia várias leituras
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